Otimismo do mercado com o governo Temer gera controvérsia entre economistas

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Cenário externo favorável, perfil da equipe econômica e proximidade do impeachment animam, mas falta de avanço no ajuste fiscal acende sinal de preocupação


O otimismo do mercado com a possibilidade de retomada da atividade produtiva e a melhora dos índices de confiança de empresários e consumidores têm dividido os economistas. Uma parte deles avalia que a recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) e a queda do dólar são exageradas e não têm fundamentos sólidos. Outros consideram que a mudança de governo, com uma equipe econômica alinhada, e as perspectivas de reformas justificam o clima positivo.

Estimulados pelos juros básicos de 14,25% ao ano e pela queda do risco país, os investidores voltaram a comprar ativos brasileiros. Em dezembro, os credit default swaps (CDS) superaram os 500 pontos com a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda. Atualmente, estão em 256 pontos, um recuo de 48,8%. Os CDS são uma espécie de seguro contra calotes. Quanto mais baixos, menores os riscos para os investidores.

No ano, a bolsa acumula alta de 35,77%, mas ontem o Ibovespa fechou em baixa de 0,49%, aos 58.855 pontos. Já o dólar, que se desvalorizou 19% desde janeiro, terminou o dia em alta de 0,17%, cotado a R$ 3,194 para venda. Neste mês, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), chegou a 51,5 pontos. Foi a primeira vez desde março de 2014 que o indicador ficou acima dos 50 pontos, o que indica otimismo.

A mudança no cenário político, com a proximidade do impedimento de Dilma Rousseff, influencia o humor do mercado, explicou o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall. Segundo ele, a equipe econômica tem mostrado um diagnóstico correto para a saída da crise e avançado em uma agenda de concessões e privatizações.

Kawall ressaltou, entretanto, que o crescimento econômico não será superior a 0,5% em 2017, diante do desemprego e do endividamento de empresas e consumidores. Nas contas dele, somente em 2018 a economia terá expansão mais substancial, de 2%. “A confiança voltou e isso se deve à nova postura da equipe econômica e à gestão das estatais. Ainda temos que esperar a aprovação do teto de gastos e a reforma da Previdência. Sem isso, a saída é inflacionária”, alertou.

Fonte: Correio Braziliense


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