Ministério vai comprar milho dos EUA

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Decisão para reduzir os preços da commodity no mercado interno ainda precisa da aprovação da CTNBio; indicadores já registraram recuo em SP

 
São Paulo - Até janeiro de 2017, o Ministério da Agricultura quer importar cerca de 1,5 milhão de toneladas de milho geneticamente modificado de seu principal concorrente na produção de commodities agrícolas, os Estados Unidos.
 
A medida é a próxima cartada do governo federal para baixar os preços do grão no mercado interno e garantir o abastecimento no País, após as compras do produto na Argentina e Paraguai, e a isenção tributária para importações neste segmento.
 
As informações foram dadas pelo secretário de Política Agrícola da pasta, Neri Geller, ontem, durante o 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.
 
A jornalistas, ele contou que houve um contato entre os secretários executivos da Casa Civil e da Ciência, Tecnologia e Inovação, na quinta-feira (4), para dar sequência à solicitação. Agora, haverá uma reunião extraordinária para "aprovar o mais rápido possível", enfatizou. "A questão não se resolve só com o governo, tem que ser uma decisão científica [também]", acrescentou, pois, no caso, falta a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
 
Para atender demanda
 
Segundo Geller, a demanda inicial para aquisição de milho norte-americano teria vindo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
 
Em nota, a pasta agrícola já havia ressaltado que o "ministro [em exercício] Blairo Maggi está empenhado em atender o pedido dos industriais e quer garantir o abastecimento do grão no País, exclusivamente para ração animal até dezembro de 2017".
 
"A expectativa é que o preço se estabilize com a importação. A paridade de exportação está em R$ 15 [no porto], os estoques estão altos na Argentina e Paraguai. Quem vai se complicar é quem está segurando o milho para especular", afirmou Geller ao justificar que não acredita em maiores altas nos valores praticados pela commodity internamente.
 
Ontem, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que os preços internos do milho registraram leves quedas na última semana, refletindo, principalmente, a pressão compradora. De acordo com avaliação do instituto, especulações em torno de maiores importações e da possibilidade de exportadores e tradings redirecionarem volumes superiores para o abastecimento doméstico via wash out reforçaram a retração da demanda. Produtores, por sua vez, mantiveram-se firmes nas posições de venda, resultando em mais uma semana de poucos negócios.
 
Preço menor
 
Nesse cenário, o Indicador Esalq/BM&FBovespa do grão, para a região de Campinas (SP), caiu 2,3% entre 29 de julho e 5 de agosto, ao fechar a R$ 47,08 por saca de 60 quilos na sexta-feira (5).
 
O governo brasileiro oficializou a redução para zero a tarifa de importação de milho para compras de fora do Merco- sul no dia 22 de abril deste ano, segundo publicação no Diário Oficial da União, uma medida que havia sido aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).
 
Fonte: DCI


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