Alta nos preços de alimentos em junho surpreende mercado

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A alta de 1,17% do grupo Alimentação no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho surpreendeu até o coordenador do indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, que esperava taxa de 0,73%.

Apesar de imaginar que os preços continuariam sofrendo os efeitos do clima desfavorável e da quebra de safra de alguns produtos, a intensidade da alta não era esperada. "Já era para observamos algum alívio. Alguns produtos estão com taxas elevadas e atrapalhando o índice de desacelerar", disse.

Ao contrário das frutas, que cederam 6,31% em junho, e tiveram desempenho dentro da sazonalidade, o encarecimento do feijão, do leite longa vida e de água e esgoto pesou no bolso do consumidor. De acordo com Chagas, as altas apuradas no grão (39,47%), leite (13,58%) e na tarifa de água (10,97%) responderam por três quartos da inflação de 0,65% no IPC.

Enquanto o IPC acumulou variação de 5,00% no ano e de 10,18% em 12 meses até junho, o grupo Alimentação atingiu 8,07%, de janeiro a junho, e 13,92% em 12 meses.

Segundo Chagas, o grupo Alimentação ainda deve continuar apresentando resultados elevados nas próximas semanas, podendo diminuir o ritmo de alta somente no fim do mês. Porém, o alívio pode não ser substancial. Conforme ele, dificilmente o feijão, que já subiu 93,56% no acumulado de 12 meses até em junho e de 74,91% só neste ano até o sexto mês, pode reduzir a velocidade alta de forma expressiva. Isso porque, explica, o que está em relação ao grão é "estrutural".

Nos cálculos do economista, o grupo de Alimentos pode acelerar de 1,17% no fim de junho para 2,02% na primeira leitura de julho, ir a 2,16% na segunda e a 2,13% na terceira. Já na quarta medição, espera que a taxa desacelere para 1,37%. "O tomate, que ainda caiu em junho (-4,95%), vai aparecer entre os vilões e pressionar a inflação", contou.

Para julho, Chagas acredita que o IPC pode desacelerar para 0,52%, após 0,65% em junho. Se confirmada a estimativa, ficará acima do índice do sétimo mês de 2015, de 0,85%.

Baixa renda

Ainda ontem, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que inflação percebida pelas famílias de baixa renda subiu 0,57% em junho, ante 0,84% em maio, conforme o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1). O indicador mensura o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Assim, o índice acumula altas de 5,28% no ano e de 9,52% em 12 meses.

 

Veículo: DCI


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