Valor do frete aumenta no MT com a colheita

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O valor do frete aumentou expressivamente no Mato Grosso nos três primeiros meses do ano, resultado do início da colheita de grãos. Dos 27 destinos que têm origem no estado, nove aumentaram o valor da distribuição entre janeiro e o início de março. A expectativa, porém, é de estabilidade nos preços com o início da colheita no Sul e Nordeste.

De acordo com levantamento do DCI junto ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de 7 de janeiro a 10 de março o número de destinos que registraram queda no preço do frete foi maior do que a alta: são 16 trechos.

No trajeto de Sorriso (MT) - maior cidade produtora de grãos - para Santos - destino de grande parte da produção, o valor passou do frete caiu de R$ 308 para R$ 294,70 por tonelada. No último levantamento, o valor é de R$ 305.

O diretor executivo do Movimento Pró-Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz Ferreira, acredita que é natural o preço mais caro do frete mato-grossense nos meses de janeiro e fevereiro. "É normal. Todo ano começa a safra com grande oferta de caminhões e baixo volume de cargas porque é o início da colheita. Depois esse volume da colheita vai crescendo, e o número de caminhões diminui", analisa.

As maiores altas foram entre janeiro e fevereiro foram entre Sorriso (MT) e Alto Taquari (MT), de R$ 130 a R$ 145 por tonelada; de Sapezal (MT) a Porto Velho (RO), de R$ 115 a R$ 137 por tonelada; e Campo Novo do Parecis (MT) a Porto Velho (RO), R$ 125 a R$ 148 por tonelada transportada.

A oscilação em março também é menor. Do dia 3 ao 10 deste mês, oito destinos aumentaram seu valor e outros oito viram o preço diminuir. São 11 os trajetos que mantiveram o valor do transporte. Os maiores aumentos de no custo do escoamento foram entre Campo Verde (MT) a Alto Taquari (MT), de R$ 67 para R$ 75 por tonelada; de Campo Verde (MT) a Santos (SP), de R$ 250 a R$ 260 por tonelada; e de Sorriso (MT) a Alto Taquari (MT), R$ 138 a 145 por tonelada transportada.

"Quem colhe cedo nessa época é o Estado do Mato Grosso. Depois de março, começam os Estados da Bahia, Paraná e a Região Sul", afirma o diretor da Aprosoja. Com as colheitas nas demais regiões do País, como Norte e Nordeste, Sul e Sudeste, o preço do escoamento deve se estabiliza, acredita o executivo.

Arco-norte


Considerado uma das grandes esperanças do agronegócio para amenizar o problema com escoamento de grãos, o arco-norte, que reúne os portos das regiões de Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Vila do Conde (PA), Itaqui (MA), Salvador (BA) e Ilhéus (BA) deve aumentar a sua capacidade de transportes em 2017, conta o diretor executivo do movimento Pró-Logística.

"O arco-norte está indo bem. No ano passado, mais de 19 milhões de toneladas foram escoadas. Esse número deve ficar na faixa de 22 a 23 milhões de toneladas em 2017", resume. Segundo ele, o grande entrave são os acessos aos portos. "A BR 163 está em construção, mas a pavimentação está muito demorada. Em função disso, não é possível aumentar os volumes", continua Edeon.

Um dos exemplos é o porto de Miritibuba (MT). A capacidade é de 10,5 milhões de toneladas, mas, neste ano, será usada no máximo 60% desse espaço nas estações de transbordos de carga. "A estrada não dá condição de aumentar o volume. Por conta da falta de pavimentação, o custo se torna alto em relação a distância".

Até o final deste ano a capacidade instalada em Miritituba será de 16,5 milhões de toneladas, mas apenas seis milhões serão usadas em 2016.

Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam que o incremento é de 54% no Arco Norte em 2015 sobre o ano anterior, saindo de 13 milhões de toneladas para 20 milhões escoadas. Em relatórios, o Ministério relata que a proximidade das áreas de produção do Centro-Oeste com os portos do Norte e Nordeste reduz os custos em cerca de US$ 50 por tonelada.

 



Veículo: Jornal DCI


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