Setor de massas deve ter 3º ano sem avanço

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A Abimapi, entidade que representa fabricantes de biscoitos, massas e pães, prevê impacto da falta de renda do brasileiro sobre o faturamento do setor, que movimenta R$ 30 bilhões ao ano.

A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) espera manter este ano o volume de produção de 2015, totalizando três anos sem avanço.

De acordo com a Abimapi, o setor fatura em média R$ 30 bilhões ao ano, com 3,4 milhões de toneladas produzidas. No último ano, a expansão prevista pela associação foi de 1% a 2% em volume e de até 5% em faturamento, reflexo da inflação.

"Este deve ser o terceiro ano consecutivo sem crescimento. Só o faturamento avança, mas pela reposição dos preços e não pela alta nas vendas", diz o presidente da Abimapi, Claudio Zanão.

O aumento da taxa de desemprego e a continuidade do quadro de economia em recessão são citados por ele como os principais fatores que devem manter a demanda por alimentos em baixa.

Ele avalia que apenas a expansão das linhas de produtos de maior valor agregado pode contribuir para incrementar o faturamento das empresas neste ano. Nesse segmento, o dirigente espera uma ligeira alta na demanda por produtos destinados aos consumidores de maior renda.

As linhas de produtos de menor valor, que respondem pela maior parte do mercado em volume, ainda seguem pressionadas pela inflação.

"Os brasileiros que possuem menor renda familiar são os mais afetados pela crise econômica e continuarão buscando opções mais baratas de produto, abrindo oportunidade para algumas empresas."

Embalagem

Zanão acredita que a adaptação à necessidade de consumo dos brasileiros pode ser uma alternativa para as fabricantes aumentarem os ganhos.

Com o aprofundamento da crise econômica, os atacarejos - mercados que trabalham com oferta de produtos em maior quantidade para consumidores finais - tem chamado a atenção da Abimapi como um canal de venda promissor para as indústrias.

"Poucas fabricantes trabalham bem hoje no segmento de atacarejo. Quem sair na frente com isso, acertando no formato de embalagem para esse canal, pode ganhar alguma vantagem em 2016", diz.

Segundo o dirigente, hoje as fabricantes das três categorias representadas pela associação não têm embalagens em formatos maiores, específicas para atacarejos.

O menor custo para fabricação de produtos em embalagens maiores também tem apelo para as empresas. Zanão espera que esse seja outro fator de peso para estimular a mudança no formato.

"Entregar mais produtos usando menos embalagem é uma vantagem ainda mais atrativa em um momento de maior pressão sobre custos."

A mudança nas embalagens, entretanto, não deve ser suficiente para evitar reajustes nos preços acima de 10% neste ano. O dirigente projeta acréscimo de pelo menos 12% nos preços praticados pelas indústrias em 2016.

O maior custo com matéria-prima é citado por ele como um dos principais componentes de pressão sobre os preços dos alimentos desde o ano passado. "O trigo, um dos insumos mais importantes para as nossas indústrias, é cotado em dólar no mercado. Mesmo com produção nacional da commodity, o preço sob para as fabricantes." Se a inflação mantiver a trajetória de alta vista nos últimos 12 meses, o presidente da Abimapi não descarta novos reajustes nos preços do setor.

 



Veículo: Jornal DCI


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