CeCafé quer ampliar aliança com produtor e comerciante

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Pesquisas e parcerias com produtores e comerciantes serão as prioridades para o incremento das exportações no café brasileiro, de acordo com a nova diretora-executiva do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Luciana Florêncio de Almeida.

"Podemos trazer essa demanda para toda a cadeia e articular uma nova estratégia envolvendo os institutos de pesquisas. Muitas vezes, pensamos em quantidade de produção e exportação, mas o café brasileiro é diferenciado, com muita qualidade." diz a nova diretora executiva.

A ampliação de políticas públicas para o setor, conta, será outra prioridade para fortalecer o mercado. "A coordenação é muito importante para a composição de políticas publicas, mas não só sobre os exportadores, como em toda a cadeia. Há oportunidades a serem desenvolvidas da produção até a ponta que comercializa o produto", avalia.

Luciana de Almeida é a primeira mulher a ocupar a direção-executiva do CeCafé, entidade que responde por 95% das exportadoras brasileiras, no total de 139 empresas. Ela substitui Guilherme Braga, que estava à frente da instituição há mais de uma década. A presidência do Conselho ficará a cargo de Nelson Ferreira da Silva Carvalhaes, ex-representante do Brasil na Organização Internacional do Café (OIC).

Na análise de Luciana de Almeida, a crise econômica no País e a desvalorização do real frente ao dólar impulsionam as exportações. A estimativa para médio e longo prazo também é positiva. "A tendência é ampliar cada vez mais a nossa participação no mercado mundial. A crise, junto com a questão cambial, favoreceram as exportações. O café é um negócio que está contribuindo para a nossa economia, tem um papel de destaque e vai continuar nesse ritmo", avalia.

As oscilações do clima, que tem afetado os cafeicultores em todo o mundo com excesso de chuvas e seca, pode ser um empecilho para o desenvolvimento no País. "Obviamente afeta a produção, a colheita, o preço e a quantidade em estoque. Além disso, tem impacto na capacidade do Brasil em exportar. As chuvas têm maior e menor dano, que varia para cada região", explica ela.

O destino da commotidy brasileira, em levantamento do CeCafé entre janeiro e setembro deste ano, são liderados por Estados Unidos (22%), Alemanha (18%) e Itália (8%). Outros países europeus como Bélgica (6%) e Inglaterra (3%), assim como asiáticos, a exemplo do Japão (6%), são importadores do produto brasileiro.

Considerado um grande consumidor e destino de alimentos no mercado global, a China ainda é um espaço a ser explorado pelas empresas brasileiras. No entanto, no caso do país oriental, é preciso ter cautela por conta da questão cultural. "Ainda é um mercado em desenvolvimento. Tem muito chinês que nem sabe o que é café, que está acostumado com o chá. É muito mais uma questão macroeconômica, do que de consumo." destaca.

Em 2015, por exemplo, a Ásia (16%) é só o terceiro principal destino do café brasileiro, atrás de Europa (53%) e América do Norte (26%).

Luciana acredita que com a recuperação da economia nacional, não só o café, mas todo o agronegócio brasileiro poderá ser beneficiado e trará mais ganhos a balança comercial.

Gargalos

Visto como um dos maiores gargalos dos produtores e empresas que atuam no agronegócio nacional, a logística também é uma dificuldade para os exportadores de Café. Prova disso é que das 26,5 milhões de sacas exportadas entre janeiro e setembro deste ano, 22,3 milhões (84,2%) foram pelo Porto de Santos, no litoral paulista.

"É uma concentração muito grande. Nós temos que fazer a discussão com os operadores e órgão competentes para mudar essa realidade", acrescenta Luciana de Almeida.

Para a diretora-executiva do CeCafé, o crescimento das exportações também passa pela revisão de taxas e aprimoramento da tecnologia. Apesar das dificuldades existentes Brasil, ela vê um esforço "considerável" e "significativo" por parte do governo federal.

"Nós avançamos muito e conseguimos grandes conquistas nos portos, com novas instalações. Mas há gargalos conhecidos não só para o café, como para todo o agronegócio. É necessário pensar na dimensão da operação. O café e a soja possuem uma dimensão econômica que ainda não conseguimos responder." diz.

 



Veículo: Jornal DCI


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