Granizo provoca estragos na cafeicultura

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                                           Fenômenos climáticos afetam a produção do grão no Estado; forte estiagem e chuva ocasionam perdas nas lavouras.

Os fenômenos climáticos vêm afetando a produção de café em Minas Gerais. Após enfrentar dois períodos de estiagem, os produtores do Sul de Minas agora calculam as perdas provocadas pela chuva de granizo ocorrida na última terça-feira. De acordo com a Fundação Procafé, além de provocar a queda na produtividade na safra 2016, os estragos também podem facilitar o ingresso de pragas e doenças nos cafezais.

Segundo o pesquisador da Fundação Procafé Alysson Fagundes, cafezais dos municípios de Lavras, Bom Sucesso, Santo Antônio do Amparo, Três Pontas, Eloi Mendes, Machado e Campo Belo, foram atingidos pelas precipitações que causaram danos variados após 30 minutos de chuva de granizo.

"Os danos registrados variam de acordo com a região e com a intensidade das chuvas, mas têm cafezais que foram 100% afetados e a produção em 2016 será bem menor. Estamos receosos porque a previsão do tempo alerta para novas ocorrências de chuvas de granizo ainda neste ano. Nosso medo é que a situação seja parecida com 2008, quando a queda de granizo causou a perda de mais de 30 mil hectares de café. Essa chuva complica ainda mais a situação dos cafeicultores do Sul de Minas, que já enfrentavam perdas na produtividade em decorrência da estiagem e, agora, terão uma safra em 2016 ainda mais afetada", observou.

O pesquisador da Fundação Procafé Gabriel Reis Lacerda ressalta que a chuva de granizo provoca perdas significativas quando ocorre neste período de final de colheita e início da floração. "O principal impacto dserá observado na safra 2016. As pedras de gelo causam desfolhamento, rasgam as folhas e provocam feridas e quebra dos galhos. Após as chuvas, a tendência é que esses machucados se tornem portas de entrada de fungos e bactérias, que afetam o desenvolvimento. Além disso, o cafeeiro passa a concentrar a energia na recuperação da estrutura, comprometendo as floradas e a produtividade", disse Lacerda.

Colheita - De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista agropecuário do escritório local de Lavras da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Hely Corrêa Rezende, além das perdas para 2016, a chuva de granizo também afetou a produção atual. Até o momento, 75% da área foram colhidas.

"A colheita da safra 2015 está atrasada em várias áreas do Sul de Minas e a chuva provocou a queda de parte dos grãos. A primeira conseqüência é o comprometimento de qualidade do café que caiu, o que gera perdas financeiras na hora da comercialização. Já para a próxima safra a interferência será sentida na produtividade, que tende a cair ainda mais, já que o cafezal estava abalado pela estiagem registrada no início do ano. Em algumas áreas, o cafezal apresentava botões florais e o risco agora é que os mesmos sejam abortados".

A indicação de Rezende, para os produtores que tiveram os cafezais danificados pela chuva de granizo, é buscar auxílio técnico, para que os danos sejam avaliados e medidas sejam adotadas rapidamente para evitar a proliferação de doenças e pragas.

A situação dos cafeicultores da região é considerada desfavorável pelo engenheiro agrônomo, isso pelas perdas já registradas na safra atual e o agravamento da safra 2016.

"A chuva de granizo é mais um agravante para a atual situação da cafeicultura. Com o avanço da colheita, a queda na produtividade vem se tornando cada dia mais evidente, fazendo com que o produtor gaste um maior volume do grão para compor a saca de 60 quilos. Nos anos anteriores, eram necessários, em média, 450 litros de café para a formação de uma saca, no período produtivo atual, o volume subiu para cerca de 600 litros", observou o técnico da Emater.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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