Cafeicultor colhe grão menor

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O avanço da colheita da safra 2015 de café vem confirmando os efeitos negativos provocados pela estiagem registrada ao longo dos dois últimos períodos produtivos. Em Minas Gerais, maior Estado produtor do grão, o trabalho, até o momento, atinge cerca de 40% da área plantada, mas os cafeicultores relatam perdas significativas no tamanho dos grãos colhidos, o que aumenta os custos de produção, já que é necessário um maior volume de café para a composição das sacas de 60 quilos.

De acordo com o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das comissões de Cafeicultura da entidade e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, ainda não é possível mensurar o impacto da seca, mas as perdas no rendimento são realidade.

"O beneficiamento da safra de café está no início, por isso, ainda não foi possível calcular qual a perda. Mas o relato dos cafeicultores das regiões das Matas de Minas, Sul e Cerrado é de que o tamanho dos grãos está menor que o esperado. Com a peneira baixa, provavelmente o impacto será grande, já que Minas Gerais é o principal produtor do grão no Brasil", analisa.

Ainda segundo Mesquita, um dos principais impactos com a quebra da safra é o aumento dos custos. Com isso, os preços atuais praticados no mercado não são suficientes para garantir rentabilidade ao setor. "Infelizmente, as cotações da saca de 60 quilos de café estão em torno de R$ 400 a R$ 410, bem abaixo dos custos de produção em várias regiões do Estado", resslta.

De acordo com Mesquita, a baixa produtividade, devido à estiagem registrada no início deste ano, puxou as gastos do setor para cima. Em algumas regiões, como Sul e Matas de Minas, por exemplo, a situação é mais complexa, já que se faz necessário o uso intensivo de mão de obra, o que eleva ainda mais os gastos.

Expectativa - A expectativa é que a colheita do café em Minas Gerais fique próxima à previsão divulgada pela Fundação Procafé, com produção semelhante à de 2014 e colheita entre 21,5 milhões a 23 milhões de sacas. No atual período produtivo, é esperado expansão na Zona da Mata, estabilidade no Sul de Minas e quebras no Triângulo Mineiro e Vale do Jequitinhonha.

De acordo com o levantamento da Procafé, no Sul e Oeste de Minas, a colheita deve alcançar 10 milhões de sacas. A produção foi prejudicada pelo estresse hídrico verificado em 2014 e 2015. Com um parque cafeeiro de cerca de 650 mil hectares, sendo a maior região produtora do País, o potencial normal seria para safras na faixa de 12 milhões a 14 milhões de sacas por ano.

No Triângulo Mineiro, devido à estiagem e a safra alta em 2014, a região deve encerrar o período com quebra de 15% na produção e colheita de 4,9 milhões de sacas. A queda só não foi maior devido ao manejo de podas de esqueletamento e em razão de algumas sub-regiões estarem com seu ciclo produtivo desencontrado.

Já nas Matas de Minas, após uma safra muito baixa em 2014 (5,1 milhões de sacas), problemas de podas rigorosas e a falta de nutrição dos cafezais fizeram com que a recuperação prevista para 2015 ocorresse apenas em nível intermediário, com aumento máximo de 30% e colheita de 7 milhões de sacas.

No Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas apresentou perda significativa, de cerca de 30 % em relação à safra passada, só não sendo maior em função dos grandes projetos irrigados no Norte de Minas. A produção deve alcançar 550 mil sacas.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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