Produção de milho terá queda nesta safra

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                               Colheita do grão deve cair de 6,966 milhões toneladas em 2014 para 6,833 milhões de toneladas ao final deste ano



Depois de crescer praticamente 5% em 2014 na comparação com 2013, a produção de milho em Minas Gerais deve voltar a cair neste ano em relação ao exercício passado. Levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), indica que haverá não só queda de produção, mas também da área colhida. Por outro lado, a incorporação de tecnologia no cultivo do grão deve aumentar a produtividade da cultura nos campos mineiros.

De acordo com estudo da Seapa, a produção do grão deve cair de 6,966 milhões toneladas em 2014 para 6,833 milhões de toneladas ao final deste ano, retração de 2%. A participação do Estado na produção nacional para 2015 deve ficar próxima de 9%, praticamente a mesma fatia do exercício anterior.

O analista de Agronegócio da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg) Caio Coimbra explicou que a queda de produção está associada principalmente ao resultado da primeira safra 2014/15, impactada pelo veranico, que atrasou o plantio e, junto com a seca, também influenciou na época da floração.

"Por causa do veranico, a primeira safra, cujo plantio começa normalmente em meados de outubro, acabou começando só em novembro. Além desse atraso, a seca de janeiro, que chegou entre 20 e 22 dias na média do Estado, pesou na época de floração e enchimento do grão, quando a cultura é mais suscetiva ao estresse hídrico e isso acabou comprometendo a produção", afirmou.

Segundo Coimbra, a primeira safra de milho alcançou produção de 5,47 milhões de toneladas no período, 5% menos que a primeira safra passada. Essa queda, inclusive, fez o Estado perder a primeira posição no ranking de maior produtor nacional da primeira safra do milho para o Rio Grande do Sul.

Na segunda safra 2014/15 foi o contrário. A maior incidência de chuvas beneficiou a produção estadual de milho, que ficou 13% acima da mesma safra no período anterior, mas mesmo assim não foi suficiente para recuperar a produção do ano, que está 2% abaixo da mesma época do exercício passado.

Área - Conforme o levantamento da Seapa, a área colhida da cultura do milho deve cair. Em 2014, 1,272 milhão de hectares dos campos mineiros receberam a atividade e este ano deve fechar em 1,222 milhão de hectares, 4% de queda. Com o resultado, o Estado terá cerca de 8% de participação em toda área destinada ao plantio do grão no país para o período.

As quedas de produção e área colhida não refletem, porém, perdas de produtividade, ao contrário, a cultura do milho está ganhando efetividade no Estado. O levantamento da Seapa mostrou que a produtividade em 2015 deve fechar o período produtivo em 5,5 toneladas por hectare cultivado, o que, se confirmado, significará um crescimento de 1,8% frente ao índice de 5,4 toneladas/hectare registrado na safra anterior.

"O panorama da produtividade reflete os investimentos em tecnologia, como sementes de melhor qualidade. Esse aumento da produtividade está ligado à maior tecnificação do produtor", pontuou o analista da Faemg. Ele lembrou ainda que o preço da saca de 60 quilos de milho gira em torno R$ 22,5, R$ 1,50 menos que os R$ 24 praticados na mesma época de 2014.

"Essa redução dos preços se deve à grande produção dos Estados Unidos e Brasil nos últimos períodos produtivos e a cotação não está mais baixa porque o dólar está valorizado. Este preço ainda remunera o produtor, mas as margens diminuíram, analisou Coimbra.

Na divisão por região, o Alto Paranaíba, com 21,6% de participação, é o maior produtor de milho do Estado, seguido pelo Sul de Minas (19,6%), Noroeste de Minas (18,3%), Triângulo Mineiro (17%), e Centro-Oeste, que teve 8,1% de participação da produção estadual.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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