A emblemática bala Juquinha, que tem impressa nas embalagens o rosto de um garoto sorridente, deixou de ser produzida
Quase onipresente em lembrancinhas de aniversário de criança por muitas décadas, a marca, que foi criada nos anos 50, também faz parte da história econômica do país, ao servir de troco em padarias na escassez de moedas em tempos inflacionários. O produto também foi exportado para dezenas de países. Mas em 18 de março a empresa protocolou documento para o encerramento das atividades, segundo a Prefeitura de Santo André (SP), onde a fábrica está instalada.
Procurado, o dono da empresa não foi encontrado. Os telefones da fábrica não atendem, e a Abicab, associação que reúne a indústria brasileira de guloseimas, informa que a empresa deixou de ser filiada há muitos anos. A produção da Juquinha até recentemente exibia grandes números. Em 2014, Giulio Sofio, dono da marca, falava em cem toneladas ao mês, mas o italiano já responsabilizava a economia por uma forte redução da produção. No setor, fala-se que questões envolvendo a sucessão da família proprietária teria levado à suspensão da fabricação.
Sofio comprou a fábrica em 1982, de um português que, décadas antes, havia começado a produção em uma cozinha caseira, com massa cozida em tacho e resfriada em mármore. As balas eram embrulhadas uma a uma, à mão. Com o sucesso, o dono criou a marca, batizada com o nome do amigo Juca. A receita da mais vendida, tutti frutti, nunca mudou. A própria fábrica combinava várias essências de frutas. Segundo distribuidores, os estoques já estão escassos e as balas começam a faltar.
Veículo: Folha de S. Paulo