Café | Presidente do CNC rejeita números sobre expectativas

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O presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, rebateu as desmedidas especulações a respeito do tamanho das safras do Brasil e reiterou a quebra que ocorrerá em 2015, quando deverão ser colhidas entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas de 60 kg, conforme apontado pela Fundação Procafé em levantamento contratado pela entidade.

Brasileiro explicou que a principal causa da redução na produção foi o longo período de seca, que começou em 2014 e durou até o início de fevereiro de 2015 na maior parte do cinturão produtor, em especial nas áreas onde se cultiva a variedade arábica. Em relação ao café conilon, ele anotou que este cenário foi mais recente, sendo observado no ciclo de 2015, o que fez com que a variedade apresentasse o maior percentual de quebra em relação à temporada antecedente.

Conforme ele, o estresse hídrico foi gerado pelo índice de chuvas abaixo da média histórica desde janeiro de 2014 e se agravou com as altas temperaturas registradas no cinturão produtor, especialmente nos meses de crescimento da planta, floração, "fixação" das floradas e enchimento dos grãos, com impacto direto sobre a produção e o tamanho do fruto, o que faz com que os cafeicultores necessitem de um maior número de grãos para encher uma saca de 60 kg.

Silas Brasileiro ressaltou que a seca foi mais pronunciada na região Sudeste, afetando principalmente os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, os três maiores produtores do Brasil. Para a produção de arábica, esse cenário impediu a fertilização e outros tratos culturais, gerando fragilidade às plantas, que chegaram muito estressadas e mal nutridas ao período de pré-florescimento, resultando em menor número de internódios, queda de folhas, galhos secos e, portanto, com menor potencial de produção.


Robusta - Já nas principais regiões de cultivo do café robusta, como o norte do Espírito Santo e o Sul da Bahia, as condições climáticas pioraram a partir de dezembro de 2014 e se agravaram ainda mais em janeiro e parte de fevereiro deste ano, com algumas áreas ficando até 50 dias sem chuva. A estiagem, associada às altas temperaturas nesses locais, resultou em folhas secas e grãos mais leves, segundo o presidente do CNC, com efeito negativo sobre a safra esperada.

O presidente do CNC afirmou que o declínio será mais evidente na produção de robusta, considerando-se que, depois de um bom resultado na colheita do ano passado, o Espírito Santo, maior produtor desta variedade, sofreu muito com a seca. Em conseqüência, a produção do Estado deverá apresentar uma diminuição de 15,6% a 21,9% no volume a ser colhido.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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