Cafeicultura | Governo reavalia política de estoques públicos

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A pedido do setor produtor da cafeicultura brasileira, encabeçado pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e pela Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, senadora Kátia Abreu, contatou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e obteve o cancelamento do leilão dos estoques públicos de café que ocorreria no dia 1º de abril.

De acordo com o presidente-executivo do CNC, Silas Brasileiro, a ministra Kátia Abreu, por essa atitude, se mostrou coerente com a realidade do setor, haja vista que o setor está na iminência da entrada de uma nova safra. "Além disso, ressaltamos a importância de termos uma titular na pasta que não se omita diante da necessidade de decisões que precisam ser tomadas em tempo hábil, sem que haja prejuízos aos segmentos da agropecuária brasileira".

Frente ao ocorrido em relação ao leilão, a ministra comunicou, em nova reunião realizada no dia 1º de abril, que o ministério elaborará um normativo solicitando que a Conab ouça as considerações do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) sempre que houver a intenção de leiloar os grãos dos estoques públicos, assim como o colegiado poderá convocar a estatal para uma reunião neste fórum se a intenção for invertida, com os representantes do CDPC desejando realizar um pregão.

Agroquímicos - Também na reunião do dia 1º, o ministério considerou um pleito apresentado pelo CNC para que haja agilidade na análise e no registro dos agroquímicos para a cafeicultura, desburocratizando a tramitação e não permitindo que o setor fique órfão de produtos para combater pragas e doenças. "A ministra Kátia Abreu mencionou a intenção de criar a CTNFito, um órgão nos moldes da Coordenação-Geral da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIO), o qual consideramos seguro para o consumidor, porque não eliminaria os critérios técnicos, mas sim a burocracia", disse Brasileiro.

Nesse sentido, Kátia Abreu solicitou a relação dos produtos que aguardam análise e registro por parte do ministério. Sobre essa última demanda, o CNC prontamente comunicou que protocolou ofício contendo a lista desses agroquímicos, que, além de serem menos tóxicos, estabelecem uma concorrência entre os diversos defensivos ofertados no mercado, evitando monopólio e preços abusivos.

O Conselho Nacional do Café, na reunião de representantes do setor realizada com a ministra no dia 1º de abril, destacou a importância do Conselho Deliberativo da Política do Café e de seus Comitês Diretores para, entre outros pontos, debater e aprovar o orçamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e os valores a serem destinados para cada uma de suas linhas de financiamento.

"A ministra concordou e, a esse respeito, agendou uma reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico (CDPE) para a próxima segunda-feira, oportunidade na qual os membros do colegiado debaterão a matéria e proporão voto com a destinação dos recursos do Fundo para a safra 2015", ressaltou Brasileiro.


Especulações -
Brasileiro reclamou ainda que, nesta semana, novamente o setor cafeeiro foi alvo de especulações sem fundamentos técnicos a respeito do tamanho da safra 2015 de café do Brasil, com números supervalorizados e fora da realidade. "Isso evidencia que esses players têm o objetivo único de tentar pressionar as cotações e tirar proveito para adquirir café a preços aviltados e inferiores aos custos dos produtores".

O presidente-executivo da CNC reitera que, frente a este cenário, a entidade, como representante da produção cafeeira nacional ao lado da CNA, "volta ao mercado para externar que repudia veementemente irresponsabilidades como essa e reiterar que a colheita brasileira, neste ano, não se situará fora do intervalo estimado, tecnicamente e in loco, no campo, pela Fundação Procafé, que é de 40,3 milhões a 43,25 milhões de sacas."



Veículo: Diário do Comércio - MG


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