Aumento de vendas da nova Kraft Heinz é desafio para 3G

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Fundo de brasileiros deve repetir estratégia de corte de custos, mas expansão do negócio nos EUA preocupa
Setor de alimentos industrializados americano tem demanda fraca por preocupação com preço

 



"Custos são como unhas: precisam ser cortados sempre" é o lema de Carlos Alberto Sicupira, um dos fundadores da 3G Capital, empresa de investimento em participações que pretende fundir a Kraft Foods à Heinz, do setor de alimentos, em uma tomada de controle acionário avaliada em US$ 100 bilhões.

Reduzir custos e dar fortes incentivos por desempenho aos funcionários são a marca de Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann nas nove companhias que o trio adquiriu conjuntamente em três décadas. Poucos duvidam de sua capacidade de aplicar tais metas na nova transação, em parceria com a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.

Ao anunciar a compra da Kraft na semana passada, a 3G prometeu uma economia anual de US$ 1,5 bilhão na Kraft Heinz, nome que a nova companhia assumirá a partir de 2017.

O que eles não vêm sendo tão bons em conseguir, pelo menos no ramo de comida, é aumentar as vendas. Desde que a 3G adquiriu a Heinz, em 2013, as vendas do grupo caíram em US$ 600 milhões, para US$ 10,9 bilhões no ano passado. A receita caiu 4,6% em 2014, na comparação com o ano anterior.

Na rede de fast food Burger King, adquirida em 2010, os volumes médios de vendas nos EUA estão 4% abaixo de antes da aquisição, segundo analistas da Bernstein. Tais resultados devem ser comparados a melhoras na lucratividade de ambas as companhias, refletindo a eficiência no corte de custo.

No Burger King, a margem de lucro operacional subiu de 13% em 2010 para 54% no ano passado, o que também leva em conta novas franquias. A margem de lucro operacional da Heinz também foi de 15% para 22% em apenas três anos.

Por enquanto, é provável que os investidores dêem ao trio brasileiro o benefício da dúvida, dado seu histórico de sucesso no setor de cerveja.

Berrnardo Hees, presidente da Heinz, sugeriu que era só questão de tempo para que as vendas da Heinz viessem a melhorar e que a companhia estava descartando produtos de baixa lucratividade. O setor de alimentos embalados americano está sofrendo de demanda fraca causada por consumidores preocupados com os preços.



Veículo: Folha de S. Paulo


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