Matéria-prima mais cara pressiona Nissin

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Valorização do dólar impactou preço dos insumos importados pela fabricante de macarrão instantâneo. Apesar disso, empresa mantém plano de investir mais em publicidade este ano

A Nissin-Ajinomoto tem visto o custo com a matéria-prima crescer desde o ano passado, reflexo da desvalorização do real. A empresa, entretanto, vem conseguindo manter os preços inalterados. "Nosso custo está crescendo bastante, afetado principalmente pela alta do dólar", afirma o diretor de marketing da Nissin, Toshiro Tsuboi.

Apesar de comprar o trigo produzido no Brasil, a Nissin acaba tendo de importar o grão para suprir a demanda da linha de produção. A maior parte do trigo importado vem da Argentina, Canadá e Estados Unidos. A quebra de safra também dificultou a compra do trigo no mercado interno. A produção brasileira, que não atende toda a demanda no País, ficou abaixo do esperado e a qualidade do produto foi prejudicada pelo clima.

Para manter o preço atrativo, um dos principais apelos do produto nas prateleiras, a fabricante não tem repassado a alta nos custos para o produto final. "Com isso a nossa margem de lucro está mais pressionada, então investimos em otimização na fábrica para reduzir custos", diz.

Os recursos destinados à publicidade para o ano, entretanto, não serão reduzidos, garante o executivo. Segundo Tsuboi, a empresa já planejava um investimento maior em publicidade para comemorar os 50 anos da marca no Brasil. A empresa é líder no segmento.

"A Nissin tem uma presença grande no País, então nosso foco é aumentar o consumo de quem já compra produtos da marca", explica.

Estratégia


O site da marca recebeu a maior parte dos aportes de publicidade para o ano, seguindo pelos canais da empresa nas redes sociais e por último, as campanhas que serão veiculadas na televisão. "Em julho, a campanha dos 50 anos chega a TV, mas o site já está funcionando no novo formato", conta o executivo.

O principal objetivo do novo site é promover novas receitas para estimular o consumo do produto de forma diferente. "Nós estamos presentes em todos os grupos, mas percebemos que a frequência de consumo ainda é menor nas classes A e B", observa. Para aumentar as vendas, a estratégia adotada pela Nissin-Ajinomoto inclui o lançamento de novos produtos e a promoção de novas formas de consumir o tradicional miojo.

Massa integral

De olho no que o consumidor procura, a empresa já lançou linhas com apelo saudável, como as versões de macarrão com massa integral e as versões light do produto. Tsuboi conta que esses lançamentos são muitas vezes resultado do contato próximo que a empresa mantém com os clientes.

No mercado do Norte e Nordeste, a Nissin identificou a preferência por temperos mais fortes e lançou a linha Nosso Sabor, com preços 30% menores que a linha tradicional.

"Nosso Sabor vai bem no mercado regional, mas a linha tradicional ainda responde por 51% do volume total de vendas da empresa", lembra ele.



Veículo: DCI


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