Estiagem comprometeu safra de café

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A conclusão da colheita e o avanço do beneficiamento do café em Minas Gerais vêm confirmando a quebra da safra. A seca rigorosa e atípica que castigou os cafezais mineiros ao longo deste ano deve gerar perda de 30% na produção da safra 2014, que pode alcançar 20 milhões de sacas de 60 quilos. Os impactos negativos também se estenderão para a safra 2015, mas ainda não é possível calcular qual o índice de interferência.

De acordo com o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e também presidente das comissões de Cafeicultura da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Breno Mesquita, a situação da cafeicultura é crítica.

"As perdas na produção cafeeira de Minas Gerais foram severas. Nossa estimativa é de uma quebra de 30% em 2014, que vem sendo confirmada com a conclusão da colheita e avanço do beneficiamento do café. Também temos certeza de que a produção em 2015 foi afetada, mas ainda é cedo para mensurar o impacto. Com tantas perdas, a situação dos cafeicultores é grave, uma vez que os preços praticados no mercado não são suficientes para compensar a queda na produção", avalia.

No Estado, as regiões mais afetadas foram o Sul e as Matas de Minas, que juntas respondem por cerca de 70% da produção mineira. A estimativa é que a quebra nessas localidades fiquem, em média, entre 25% e 30%. No Cerrado, onde o uso de irrigação é amplo, as perdas serão menores, cerca de 12%, mas na região, as altas temperaturas prejudicaram a formação dos grãos.

Soluções - "O prejuízo acumulado para o cafeicultor é muito grande. Estamos em contato com o governo federal, mostrando a realidade dos produtores, que precisa ser analisada e criadas formas para que a atividade continue em desenvolvimento. Este ano, o fator climático impossibilitou os tratos culturais, prejudicou o desenvolvimento da safra e resultou em prejuízo. Estamos em busca de soluções para amenizar esta situação", diz.

Em relação às cotações, que estão variando entre R$ 430 a R$ 450 por saca de 60 quilos, os mesmos, segundo o especialista, são insuficientes para compensar as perdas provocadas pela estiagem prolongada. "Os preços atuais não cobrem os prejuízos. O café, por ser uma commodity, sofre com muita especulação. As últimas notícias da ocorrência de chuvas nas regiões produtoras fez com que os preços que estavam entre R$ 520 e R$ 530 recuassem para os R$ 430 e R$ 450, complicando ainda mais a situação do cafeicultor", ressalta.

O cenário para a safra 2015 ainda é incerto. A estimativa é que ocorrerão perdas, uma vez que os cafezais foram muito prejudicados pelo longo período de estiagem. O receio continua em torno de clima, uma vez que as chuvas ainda estão bem baixo do nível esperado para o período do ano.

"As floradas da safra 2015 aconteceram, mas existe a dúvida em relação ao nível de pegamento dos grãos. A incerteza se deve às chuvas ainda irregulares, principalmente no Sul de Minas, onde se produz o maior volume de café do país e o déficit hídrico continua alto, podendo impactar, ainda mais, na produção da próxima safra. Estamos convivendo com um período de seca inédito e o cafeicultor está à espera das chuvas", observa.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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