Cafeicultores investem em mecanização

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Com crédito mais fácil e mão de obra mais escassa, produtores de SP e MG rompem barreira e aumentam produção
Entre as principais cooperativas adoção de máquinas acelera e chega a 85%; colheita fica 50% mais barata




Um dos setores com maior resistência e dificuldade na adoção de máquinas agrícolas, a cafeicultura ampliou nos últimos cinco anos a mecanização das lavouras.

As máquinas ganharam força como alternativa à mão de obra humana, cada vez mais escassa. A disponibilidade de crédito e o preço da saca do café, que subiu 29,5% desde 2010 para R$ 402,92 neste ano, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP, aceleraram o processo.

Segundo o CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), metade das lavouras de café do Brasil tem algum grau de mecanização. Entre os associados de duas das maiores cooperativas de cafeicultores do país, do sul de Minas Gerais e da região da Alta Mogiana, em São Paulo, esse índice chega a 85%.

Com as máquinas, a colheita fica até 50% mais barata.

Sem as máquinas, seus cooperados precisariam de 30 mil trabalhadores na colheita, afirma Ricardo Lima, superintendente da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas). Hoje, são cerca de 8.000.

Em cinco anos, a exportação de café cresceu 18,4%, de acordo com o CeCafé. De janeiro a agosto deste ano foram exportadas 23,6 milhões de sacas, contra 19,7 milhões no mesmo período de 2010.

O avanço também acontece nas regiões montanhosas.

"Nas áreas com problema de topografia são usadas máquinas menores, que fazem o serviço de quatro pessoas", explica Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé (Cooperativa de Cafeicultores em Guaxupé), cujos 11.500 cooperados são os principais produtores em montanha. "Ainda assim, a mecanização é vantajosa."

A maior resistência dos cafeicultores eram as agressões às plantas. Com ajustes nas máquinas e alteração na produção, o dano foi reduzido.

"O prejuízo com os problemas no pé não são tão grandes e, depois de dois ou quatro anos, é só fazer o esqueletamento da planta [retirada dos galhos]", pondera Costa.

Reymar Coutinho de Andrade, diretor-presidente da Pinhalense, empresa de insumos agrícolas para a cafeicultura, nota um crescimento de 35% por ano desde 2010.

Neste ano, contudo, ele espera estagnação. "A estiagem, apesar de não ter prejudicado os cafeicultores, reduziu os investimentos", afirma. "Os impactos da seca devem ser sentidos no próximo ano."



Veículo: Folha de S. Paulo


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