Rentabilidade da soja em 2014/15 será positiva, projeta consultoria

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Apesar das preocupações financeiras que cercam a safra 2014/15 de soja, com o aumento de custos e a queda dos preços internacionais da oleaginosa, a Agroconsult estima que a rentabilidade da cultura permanecerá positiva no Brasil.

Cálculos divulgados ontem pela consultoria indicam que a rentabilidade em Mato Grosso, tomando-se como base o município de Sorriso, ficará em R$ 432 por hectare. O número (que inclui todos os custos, menos arrendamento) é quase 40% inferior aos R$ 713 por hectare de 2013/14, mas ainda assim o produtor teria o que embolsar. Descontada a inflação projetada em junho para o intervalo de 12 meses, haveria uma queda real de R$ 42,53 por hectare - o que torna o montante previsto um valor ainda confortável.

Marcos Rubin, sócio-analista da Agroconsult, destaca que há um "colchão" para a soja a US$ 11 por bushel - valor médio estimado para 2014/15. "A rentabilidade no médio-norte de Mato Grosso estaria mais próxima do break-even [ponto de equilíbrio] com a soja a US$ 9,5 por bushel", previu ele, durante conferência com jornalistas.

Já no norte do Paraná, a perspectiva é de uma rentabilidade de R$ 608 por hectare no novo ciclo, que começa a ser semeado dentro de uma semana. O valor é bem superior aos R$ 380 de 2013/14, quando a região sofreu uma quebra por conta da seca, mas bem abaixo dos R$ 1.323 por hectare de 2012/13.

Atualmente, a soja está no nível de US$ 10 por bushel na bolsa de Chicago, mas a Agroconsult crê que a relutância dos brasileiros e argentinos em vender a produção deve oferecer sustentação às cotações. "Os preços podem cair abaixo de US$ 10, mas os agricultores não vão querer vender. Essa resistência será um importante fundamento do mercado no próximo ano", disse Rubin. Ontem, o Imea informou que as vendas antecipadas em Mato Grosso alcançam apenas 11% da safra prevista.

A expectativa da Agroconsult é que a área com soja no Brasil cresça 5%, para 31,6 milhões de hectares. A colheita, por sua vez, alcançará 95,1 milhões de toneladas, 8,3% acima do ciclo passado. Para o milho, a consultoria prevê que a área plantada na primeira safra (safra de verão) recue 6% em 2014/15, para 6,2 milhões de hectares. A produção do grão deve somar 29,2 milhões de toneladas, ante as 29,8 milhões de 2013/14.

A lucratividade do milho também aponta para baixo. A expectativa da Agroconsult é que no norte do Paraná a rentabilidade fique em R$ 976 por hectare, 41% aquém dos R$ 1.653 da safra anterior.

Quanto à recém-encerrada safrinha de milho, a previsão é que a rentabilidade tenha ficado negativa em R$ 256 por hectare no médio-norte de Mato Grosso. A Agroconsult informou que as perdas tendem a ser minimizadas em R$ 150 por hectare pelos leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) do governo federal, que devem reduzir o prejuízo a R$ 105 por hectare. A consultoria estimou que o preço médio em Chicago fique em US$ 3,75 por bushel em 2014/15, 15,5% abaixo dos US$ 4,44 de 2013/14.

A Agroconsult previu ainda que o faturamento dos produtores brasileiros com soja, milho, algodão e trigo recuará 4% na safra 2014/15, para R$ 108,32 bilhões.



Veículo: Valor Econômico


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