Setor de soja terá de reduzir custos, avalia Cargill

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São Paulo - A cadeia produtiva terá de reduzir seus custos para compensar os preços mais baixos da soja em 2014/15, disse ontem o diretor de grãos e processamento da Cargill no Brasil, Paulo Sousa. Segundo ele, nos últimos anos, a oferta menor do grão sustentou as cotações, o que acabou reduzindo a pressão do aumento dos custos. Para o atual ciclo, no entanto, o cenário é mais pessimista porque os Estados Unidos devem colher uma safra de quase 104 milhões de toneladas e a tendência é de que a oleaginosa também avançará em área no Brasil e na Argentina.

Para tentar enxugar os custos, a Cargill pretende otimizar o uso dos mais de 100 locais de armazenagem. Rotas de escoamento, como o corredor do Norte do país, também são alternativa, mas nesse caso o investimento da companhia depende de autorizações de governos estadual e federal. De acordo com Sousa, as obras no Porto de Miritituba, no Pará, dependem da aprovação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Em Santarém, a companhia aguarda a renovação antecipada da concessão portuária para iniciar os investimentos.

Para ele, produtores também devem buscar maior eficiência nas lavouras, em vez da expansão de área. A decisão de comprometer menor volume com comercialização antecipada também se mostra correta, diz o executivo. "Produtores estão certos, os preços estão mais baixos do que nos anos anteriores.  uma variação muito grande".

Ele avalia que os preços devem seguir pressionados, mas o mercado futuro deve passar a remunerar melhor no longo prazo. "Hoje o mercado futuro da soja em Chicago ainda está invertido (paga prêmio pelos contratos de curto prazo devido à restrição de oferta nos Estados Unidos), mas ele deve sair dessa posição para mercado de carrying, que embute o custo de capital para estocar o produto por mais tempo", afirmou.


Sustentabilidade - Além de custo competitivo, a Cargill tem feito esforço para mostrar práticas sustentáveis dos produtores brasileiros, principalmente para clientes europeus. Com isso, a companhia quer minimizar a percepção do mercado de que as lavouras brasileiras crescem sobre áreas de floresta, sem preocupação com a preservação ambiental.

Para mostrar práticas sustentáveis e a adequação a leis ambientais e trabalhistas, a companhia organizou uma jornada de aprendizado, que levou clientes, organizações não governamentais e setor produtivo a lavouras de quatro regiões brasileiras (Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste). (AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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