Vendas de chocolates devem crescer 10% durante o inverno

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Fellipe Aquino

SÃO PAULO

O inverno brasileiro deve impulsionar o mercado de chocolates em todo o País, como aponta um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Segundo o levantamento, pelo menos 23% dos entrevistados disseram que aumentam o consumo de chocolate durante o inverno, sendo um dado positivo para o comércio que esperar um incremento de 10% nas vendas do produto em todo o País.

"As empresas estão investindo pesado para agradar todos os tipos de consumidores apaixonados por chocolates. Hoje somos o terceiro maior produtor e consumidor de chocolates no mundo", informou o vice-presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca.

Entre as regiões de comércio, destaque para Campos do Jordão, que espera um aumento de 50% nas vendas, impulsionada pelo turismo e chocolates artesanais. "O mercado de Chocolates Premium vem crescendo significativamente e, no inverno, essa categoria fica ainda mais em evidência", explicou ao DCI o diretor de rede de chocolates Montanhês, Caio Tomazeli.

Negócio bilionário

Entre as companhias que esperam aumentar as vendas está à rede de chocolates Cacau Show, que prevê um crescimento de 18% nas vendas em comparação com o ano passado, como informou a diretora de marketing da marca, Raquel Massagardi. "Nossa expectativa é muito positiva, inclusive estamos preparando os produtos para a campanha de inverno e Dia do Amigo", contou.

Presente em todos os estados brasileiros, a rede de franquias investe em inovação para atender à crescente demanda das mais de 1.500 lojas do grupo. "Nesse inverno o grande destaque é o Pasta & Chocolate, que foi lançado em parceria com a Massas De".

Com expectativas de faturar R$ 2,4 bilhões até o final do ano entre indústria e varejo, a Cacau Show conta atualmente com mais de 200 produtos em seu portfólio, sendo que o carro chefe fica por conta das trufas. "Este ano nossa expectativa é crescer 22% frente a 2013. Além disso, devemos fechar o período com 1.777 unidades, com expectativa de chegar a duas mil lojas em 2015", afirma Raquel, que completa: "Somos uma companhia democrática e conseguimos atender a todo perfil de público. Nossos produtos custam a partir de 50 centavos e chegam até R$ 85", ressaltou.

Outra empresa que está atenta ao potencial de crescimento nesse inverno é a Ofner. A empresa paulista espera um aumento de 15% a 20% no consumo de bebidas quentes durante a estação, além de um incremento de 5% nas vendas de chocolates, como afirmou o diretor comercial da rede, Laury Roman. "No inverno notamos uma mudança de comportamento do consumidor, que deixa de consumir as bebidas frias e passa a optar pelos cafés e chocolates quentes. Em relação aos chocolates, a expectativa ainda é um pouco menor, já que o produto possui um valor agregado maior", comentou.

De acordo com o executivo a rede espera um aumento de 3% nas vendas no mês de julho na comparação com o ano passado. "Estamos com o festival do chocolate, onde estão sendo lançados alguns produtos, como a nossa linha de artigos diet".

Para Roman, a Copa do Mundo pode vir a impulsionar as vendas nesse inverno, já que no mês de junho as vendas nas lojas de ruas superaram as expectativas da companhia. "Tínhamos um cenário traçado para junho e julho que acabou sendo superado. Em junho, por exemplo, ultrapassamos a nossa meta, já que as lojas de rua tiveram um desempenho positivo, anulando o baixo movimento registrado nos shoppings que caíram muito, uma vez que vários estabelecimentos fecharam as portas durante os jogos".

Vendas em Gramado


Conhecida pelo festival de cinema, a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, também se preparada para atender a demanda pelos chocolates no inverno, que deve crescer 20%, de acordo com o gerente comercial da Caracol Chocolates, Vanderlei Rodrigues dos Santos. "O frio, aliado às férias de julho, atrai muita gente para a cidade que espera receber um público grande este ano".

Com 22 lojas em sete estados, a marca voltada para as classes mais altas está investindo em novos produtos para conquistar os turistas nessa estação. "Já estão em nossas lojas o bombom suíço e submarino", disse. Para ele a presença de turistas na região por conta do Mundial da Fifa tem impulsionado o mercado. "Apesar dos transtornos que a Copa gerou para nós, como mudanças de calendário de férias, a presença de alguns torcedores estrangeiros contrabalançou o movimento, fazendo com que o mês de maio fosse igual ao de junho. Logo, não crescemos, mas não perdemos".



Veículo: DCI


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