Produção da 3ª safra de feijão terá pequena alta em Minas

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Queda nos preços e necessidade de irrigação desestimularam os produtores


Os produtores mineiros já iniciaram o plantio do feijão terceira safra. A expectativa é que a safra fique pelo menos 2,5% superior à colhida em igual fase produtiva anterior. A queda registrada nos preços - de até 140% ante mesmo período do ano passado - e a necessidade de irrigar o campo, o que eleva a necessidade de investimentos, são fatores que limitaram a expansão da cultura.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção mineira de feijão terceira safra deverá atingir 226,6 mil toneladas, frente às 217,2 mil toneladas colhidas na mesma safra anterior. A produtividade média esperada é de 2,67 toneladas por hectare, alta de 1,8%. O rendimento dessa safra, que é irrigada, é bem superior à observada nas demais, que fica em 1,1 tonelada na primeira e 1,3 tonelada na segunda safra.

Segundo o coordenador de Culturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Wilson José Rosa, um dos fatores que impediu a ampliação da terceira safra foi o preço pago pelo grão, que está muito próximo aos custos. O preço mínimo estipulado pelo gorverno, que cobre custo e gera lucro, é de R$ 95 por saca de 60 quilos.

"A oferta de feijão no mercado está elevada, o que tem provocado retração nos preços e gerando margem de lucro bem apertada. Diante desse fator, os produtores ficam desestimulados. Além disso, por ser irrigada, a ampliação da área produtiva requer maior volume de investimento", avalia.

Segundo a Conab, o aumento da oferta nacional se deve ao maior rendimento obtido na primeira safra do produto, no ano passado, quando a produção nacional foi de 964,6 mil toneladas contra 1,325 milhão de toneladas colhidas neste ano, ou seja, aumento de 37%.


Oferta - Com a maior oferta, os preços estão em queda. De acordo com a Emater-MG, a cotação da saca de 60 quilos de feijão no Estado está variando entre R$ 70 e R$ 120, dependendo da região produtora. Os valores atuais estão bem inferiores aos praticados em igual período do ano passado, quando o produto era negociado entre R$ 170 e R$ 232. Queda de 140% no valor mínimo e de 93% na cotação máxima.

Devido aos preços baixos pagos pelo grão, a Conab, por meio de uma operação de Aquisição do Governo Federal (AGF), está adquirindo feijão dos produtores. Para isso, a estatal recebeu R$ 20 milhões do Tesouro Nacional. O objetivo é garantir que o produtor do grão consiga comercializar a produção ao menos pelo preço mínimo fixado pelo governo, que é de R$ 95 por saca de 60 quilos.

Cada produtor poderá vender para a Conab as seguintes quantidades: Centro- Oeste (60 toneladas); Sul, Sudeste e Norte (45 toneladas); Nordeste (6 toneladas). Agricultores familiares poderão vender até 6 toneladas para a companhia.

O produtor deve entregar o feijão nos armazéns credenciados da Conab mais próximos de sua localidade e solicitar a emissão do certificado de classificação e de depósito. Se o produto atender aos padrões exigidos, será emitida nota fiscal de venda e o produto entregue à Conab. As vendas começaram no início deste mês.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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