Copa e festa junina aquecem produção e venda de petiscos

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Os fabricantes nacionais do setor de alimentos, principalmente, da categoria de snacks (petiscos), já celebram o aumento das vendas impulsionado pela realização de dois importantes eventos neste final de semestre: Copa do Mundo e festa junina. Empresas nacionais como a BRF, a Dori Alimentos e a Santa Helena apostam em alta de até 35% dos negócios entre os meses de maio e julho.

Um dos segmentos alimentícios mais beneficiados pelo Mundial é o de petiscos, segundo o diretor do Departamento de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Denis Ribeiro. "A Copa do Mundo deve gerar mais impacto positivo nas empresas deste segmento [de snacks] do que no setor de alimentos como um todo, pois a indústria é tão grande que esse efeito Copa se torna pequeno".

De olho na oportunidade de crescimento com Copa do Mundo e festas juninas, a Dori Alimentos elegeu três produtos para explorar no período: amendoins, balas e chicletes. A companhia estima que a venda de amendoins entre maio, junho e julho apresentará um crescimento de 20% a 30% na comparação com o mesmo período de 2013.

"Já recebemos uma demanda maior do que havíamos previsto. Até agora, as vendas cresceram 22% e estamos perto dos 25% que havíamos projetado", explica o gerente sênior de marketing da Dori, Jean Carlos Paiva.

A demanda por produtos à base de amendoim foi tão grande que a Dori está correndo contra o tempo para entregar os pedidos feitos com mais força nas últimas duas semanas. "Tivemos que contratar mais gente para atender aos pedidos", diz Paiva.

As encomendas relacionadas aos dois eventos sazonais já representam impacto positivo na produção do segundo trimestre da companhia. Entre abril e junho, a empresa vendeu 3,6 milhões de quilos de amendoim. Já na categoria de balas e chicletes a projeção é de incremento entre 10% e 15% nas vendas. "Já obtivemos uma alta de 14%, portanto, estamos bem próximos da meta inicial", afirma.

De acordo com Paiva, a marca já produziu 5,5 milhões de quilos de balas e chicletes no segundo trimestre. "A demanda vem do Brasil inteiro, mas São Paulo, Nordeste e Sul são algumas das regiões do País que mais puxaram as vendas", disse.

Outras duas empresas nacionais que apostam em bons resultados neste período são a Santa Helena e a AGTAL.

"Observamos uma demanda muito forte no mês de maio e até agora as vendas aconteceram do modo planejado por nós", afirma o diretor comercial da Santa Helena, Luis Roberto Bertella. A companhia estima avanço de 35% neste ano.

Ainda segundo o executivo, as expectativas também são boas para as próximas semanas. "Nós teremos uma ideia melhor das possibilidades de vendas com início dos jogos da Copa e das festas juninas", afirma.

Já a AGTAL vê alta de 30% nas vendas neste período. De acordo com a empresa, em 2010, no último mundial, realizado na África do Sul, a alta registrada ficou entre 23% e 24%.

"A produção começou no mês de abril e os primeiros pedidos chegaram em maio. Tudo até agora está saindo conforme nós planejamos", afirma o diretor da AGTAL, André Guedes.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), a produção de itens com amendoim deve manter a tendência de crescimento vista nos últimos dois anos. Em 2013, a produção somou 192 mil toneladas, alta de 4,9% em relação a 2012, quando atingiu 183 mil toneladas.

Para Guedes, que também é vice-presidente de Amendoim da Abicab, o otimismo das empresas deste segmento tem fundamento. "O sucesso deste produto está em seu apelo de consumo forte em momentos de comemoração somados ao fato de ser muito nutritivo", observa.

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Atenta à paixão dos brasileiros por futebol, a BRF, dona da marca Sadia e uma das patrocinadoras da Seleção Brasileira, já observou "um cenário de vendas positivo", revelou ao DCI o gerente executivo de marketing da marca, Marcelo Assaf. Apesar de não divulgar projeções para o período, ele enxerga potencial de "alto consumo" durante o evento esportivo.

Para aproveitar o momento, a companhia também lançou uma boa campanha publicitária. Nela, crianças nascidas após o ano de 2002, data da última conquista da seleção canarinho, pedem que os jogadores brasileiros ganhem o evento esportivo por elas.

"Desde fevereiro notamos os primeiros efeitos dessas ações voltadas para a Copa", destaca o gerente de marketing da Sadia.

A BRF registrou aumento de 1,8% em sua receita líquida do primeiro trimestre de 2014 ante o mesmo período do ano anterior, somando R$ 7,3 bilhões.

"As estratégias e projetos implementados no primeiro trimestre trouxeram reflexos bastante positivos para os resultados da BRF no período", disse o presidente do Conselho de Administração, Abilio Diniz, em teleconferência no final de abril.



Veículo: DCI


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