Em campo, Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo disputam os holofotes para ver quem mais se exibe na Copa do Mundo. Fora dele, café, cachaça, pequi, biscoito de polvilho e até castanha baru buscam espaço ao sol para comprovar quem é o craque além das quatro linhas. De olho nas oportunidades geradas pelo evento esportivo, uma ação conjunta de quatro ministérios do governo federal busca promover produtos orgânicos e tradicionais da agricultura familiar brasileira para os turistas do país e estrangeiros.

Intitulado Brasil Orgânico e Sustentável, o projeto estabelece a criação de quiosques para exibir uma gama de produtos tipicamente brasileiros em 10 das cidades-sede. No Rio de Janeiro, por exemplo, a unidade será instalada em Copacabana; enquanto em Brasília ficará no Museu da República. Belo Horizonte e Cuiabá, no entanto, não terão quiosques devido a problemas burocráticos para a liberação de espaços. Ao todo, 60 associações e cooperativas foram selecionadas em todo o país para expor produtos durante o período do evento, sendo seis delas mineiras.

O foco da campanha é incentivar o consumo interno de produtos sustentáveis no país, apresentando no Nordeste produtos do Sul; no Sudeste, produtos da Amazônia, segundo o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e coordenador-geral do programa, Arnoldo de Campos. A partir da divulgação dos produtos, a ideia é que bares, hotéis e lojas de conveniência possam firmar parcerias com as cooperativas. “A Copa do Mundo é um vetor, mas a proposta é manter o projeto para as Olimpíadas”, afirma.

Segundo Campos, a estratégia é sensibilizar os consumidores a aumentar a demanda por produtos orgânicos e sustentáveis, cuja produção é baseada nos princípios de sustentabilidade, comércio justo e alimentação saudável. As empresas que aderirem ao consumo desses produtos terão incentivos promocionais. As marcas serão vinculadas à campanha, permitindo, assim, informar ao seu público suas ações de sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental.

Negócios adocicados

Direto de Belmiro Braga, na Zona da Mata, doces de banana, de leite e mamão, de casca de laranja, goiabada e outros quitutes, como bolos e biscoitos, seguirão para Recife (PE). As delícias mineiras são produzidas artesanalmente por cerca de 30 famílias, que, juntas, formam a Associação de Pequenos Produtores Rurais e Artesãos de Belmiro Braga. Para a exposição nos quiosques, eles customizaram as embalagens, segundo Roberta Linkevieius. Ela diz que os pacotes foram feitos com 100 gramas, sendo o normal 200 gramas. “A ideia, mais que vender os produtos, é poder divulgar a associação”, afirma.

Por outro lado, inicialmente estava previsto para a cooperativa levar plantas aromáticas e medicinais para o quiosque. Mas, devido às dificuldades de consumo dos produtos, a associação analisa maneiras de facilitar a produção dos chás. Criada em 2012, além das doceiras, essa associação conta também com agricultores e artesãos. O próximo passo é expandir a produção para Torrões, distrito de Juiz de Fora, tornando-a regional.



Veículo: Estado de Minas