Mercado de café esteve volátil em março

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No mercado internacional de café, março vai ser lembrado como um mês de extrema volatilidade e de incertezas. O começo de ano vem tendo das maiores oscilações entre mínimas e máximas na Bolsa de Nova York para o arábica deste século, e isso se justifica pela apreensão e falta de convicção em relação ao que pode ter sido perdido da safra brasileira deste ano em função do clima seco e das altas temperaturas de janeiro e fevereiro.

De acordo com análise da empresa de consultoria em agronegócio, Safras & Mercado, a quebra é certa, assim como também se sabe que a produção de 2015 deve ser afetada. Mas a dúvida é o tamanho real que o problema causou.

Assim, Nova Yorque subiu na primeira metade de março até atingir no contrato maio o pico de fechamento de 205,95 centavos de dólar por libra-peso no dia 13. Aí vieram as chuvas sobre o cinturão cafeeiro do Brasil e o mercado passou a ter fortes ondas de realização de lucros e correções técnicas.

O resultado foi que as cotações caíram até atingir no último dia 25 um fechamento em 175,30 cents/lb. E isso que nas mínimas ao longo das sessões o mercado foi tanto mais abaixo que esse valor mínimo na queda quanto mais acima do topo indicado de fechamento quanto teve seus ganhos.

"Esse comportamento apenas exemplifica a insegurança que toma conta do mercado. O teor climático e a incerteza em torno da dimensão da quebra brasileira marcam as idas e vindas do preço do café no mercado internacional. E isso chegou a um ponto em que poucos querem arriscar uma previsão de safra do Brasil, que está prestes a ser colhida", diz o analista de Safras & Mercado Gil Barabach.

Parâmetro - A falta de um parâmetro confiável em relação à quebra brasileira deve continuar trazendo volatilidade ao mercado, acredita o analista. Em meio à nebulosidade, prevalece a ideia de que o Brasil terá uma safra abaixo de 50 milhões de sacas.

"No entanto, o exportador e os operadores internacionais acreditam que a produção ficará mais próxima dos 50 milhões, enquanto os produtores acreditam em algo mais distante desse referencial produtivo. Assim, se a safra ficar próxima desse referencial haverá menos espaço para alta, um vez que o mercado já precificou essa quebra. Agora se a produção ficar muito abaixo dessa linha produtiva, há ambiente para novo repique e o mercado pode testar novas máximas de preços. Por isso, tem muita gente trabalhando com um cenário de preço bastante largo, contemplando as duas realidades", avalia.

O analista destaca que, além da safra 2014, também são grandes as dúvidas em relação à produção no ano que vem. A estiagem associada às temperaturas elevadas devem trazer sequelas também para a safra em 2015. "Tem gente, inclusive, acreditando que a quebra na safra será ainda maior para o próximo ano. E lógico, isso alimenta mais as especulações e favorece a volatilidade nos preços", ressalta.

No Brasil, a turbulência do mercado assustou os agentes e diminuiu o ritmo das negociações nos tombos, com os produtores se afastando dos negócios. No balanço mensal do mercado físico brasileiro, o café arábica bebida boa do Sul de Minas Gerais caiu de R$ 430,00 para R$ 425,00 a saca até o dia 27, baixa de 1,2%. O conilon caiu de R$ 255,00 para R$ 250,00 a saca no comparativo, baixa de 2%, para o tipo 7 em Vitória (ES). A baixa do dólar comercial de 3,3% no balanço do mês contribuiu para a pressão sobre os preços do café em reais.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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