Calor excessivo e estiagem prejudicam mercado de café

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O tempo muito quente e a estiagem prolongada fora de época já prejudicaram a safra de café deste ano. A afirmação foi feita pelo diretor comercial do Café Canecão, com sede em Campinas, Natal Martins. Segundo ele, a situação amenizou um pouco nas regiões produtoras de café, mas o estrago já está feito. "Nós tínhamos uma previsão para esse ano de 58 milhões de sacas de café de 60 quilos no Brasil. Essa previsão foi revista para 51 milhões, ou seja, 7 milhões de sacas se perderam por conta da seca e do calor excessivo. Os especialistas estão dizendo que houve uma redução significativa no tamanho dos grãos. Isso em peso acaba reduzindo muito e ocorre também uma menor qualidade da produção", diz.

Martins disse que o mercado deve passar esse ano por muita volatilidade com preços subindo e descendo muito rapidamente e isso para a indústria não é bom, pois precisa de estabilidade. Na região de Campinas o preço do pacote de café de 500 gramas na gôndola veria de R$ 5,00 a R$ 8,00. O setor aponta que o aumento máximo previsto para este ano é de 35%, no entanto as indústrias de café devem repassar algo em trono de 21% a 23% para o consumidor na gôndola. A expectativa é de que os valores oscilem entre R$ 7,00 e R$ 11,00.

"O aumento deve ocorrer em três parcelas. No mês de março o percentual foi de 7%. Para abril estão previstos mais 7% e para maio mais 7%, porém esse percentual não vai impactar no orçamento e nem negativamente no consumo do café. O café continua sendo mais barato do que água, pois com um pacote de 500 gramas é possível fazer até 7 litros de café", explicou. Martins disse ainda que o repasse foi necessário devido ao aumento dos custos de distribuição e produção.

O diretor acredita que durante a Copa do Mundo, entre junho e julho, deve ocorrer um aumento no consumo de café. Campinas vai receber delegações de duas seleções do mundial, que são as de Portugal e Nigéria. Logicamente que ocorrerá um aumento de turistas, imprensa e pessoal de apoio, entre outros, principalmente na primeira fase da Copa. O Café Canecão vai promover ações de marketing até abril. No período da Copa suspenderá, em razão das atenções estarem voltadas para o Mundial. As ações serão retomadas em agosto."Estamos querendo trabalhar durante a Copa. Pensamos em dispensar os nossos colaboradores nos dias de jogos do Brasil, provavelmente, após o almoço.

O período em que vão ocorrer os jogos são meses muito bons para nós, porque são meses de inverno que são bons para o comércio de café", explicou. O Café Canecão prevê um faturamento de R$ 39 milhões e a comercialização de 3,4 milhões de quilos de café para 2014. Martins informou que a empresa comercializou 3,1 milhões de quilos de café em 2013, com um faturamento de R$ 33,2 milhões. "Praticamente dobramos o faturamento da empresa no período de 2009 a 2013", acrescenta.

Em 2013, a empresa ampliou a sua atuação, com a abertura de filial na cidade de Miracatu, para atender as regiões do Vale do Ribeira, Baixada Santista e Litoral Sul do Estado de São Paulo. Abrangendo cerca de 30 municípios, a filial de Miracatu, no seu primeiro ano de atuação, registrou vendas de 103,7 mil quilos de café e faturamento de R$ 1,03 milhão. Para 2014, a previsão é de que essa filial tenha um crescimento de 15%.

O Café Canecão possui outra filial em Lins, na região central do Estado de São Paulo, que passou por uma reestruturação em 2012 e 2013. Atualmente, através dessa filial, atende também as regiões de Bauru, Araçatuba e São José do Rio Preto.

O Café Canecão tem como estratégia colocar seus produtos, até 2020, em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo. Atualmente, o Canecão está em 150 municípios.



Veículo: DCI


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