Vendas antecipadas de café ganham maior ritmo

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As vendas antecipadas da safra nova de café (2014), que será colhida a partir de abril/maio, ganharam melhor ritmo a partir de fevereiro, assim como a comercialização da safra remanescente 2013. A comercialização antecipada, que foi deixada de lado por um bom tempo, veio em melhor ritmo com a alta nos preços internacionais do café, segundo avaliação do analista da consultoria Safras & Mercado Gil Barabach. Ele estima que entre 13% e 15% da safra nova já foram negociados para entrega futura.

Em níveis comparativos, diz Barabach, a cotação do arábica com vencimento em setembro-14 na BM&F atingiu US$ 259,00 a saca, o melhor patamar desde fevereiro de 2012. O spread positivo entre os contratos facilitou os negócios, tornando as posições com safra nova mais atraentes, o que atiçou o interesse do produtor.

Como exemplo, aponta o analista, o Cerrado de Minas no pico de alta comercializou café de bebida boa para entrega e pagamento em setembro de 2014 a R$ 530,00 a saca, um ágio de R$ 30,00 em relação ao disponível. Além disso, houve reporte de negócio com a safra 2015 a R$ 550,00 e para a safra 2016, a R$ 600,00 a saca. Tomando o dólar atual (R$ 2,34), isso representa um patamar de preço de US$ 226,50 para este ano e indicação de US$ 235,00 a US$ 256,00 a saca, respectivamente, para as safras 2015 e 2016.


Risco - Há o risco do dólar disparar, mas existe a possibilidade de a oferta aumentar e o preço do café recuar. "Partindo-se da ideia de diluir risco e tendo como ponto de decisão o custo de produção e premissa básica de que esse pode ser o pior preço de venda da safra futura, quem vendeu café a esse patamar de preço fez um bom negócio", comenta.

Segundo Barabach, além do Cerrado, também o Sul de Minas e a Zona da Mata, bem como regiões de São Paulo, têm larga tradição em venda antecipada. O Oeste da Bahia é outra região que costuma utilizar bastante a venda a termo. Isso sem falar nas vendas antecipadas de conillon, onde se destaca o Espírito Santo. Nesse último caso, a colheita começa a ganhar um pouco mais de ritmo e já aparecem cafés novos disponíveis à venda, o que esvazia um pouco a comercialização antecipada, observa o analista.

De forma geral, a alta do preco em janeiro ajudou a mexer com o mercado disponível, com negociações da safra nova ganhando ritmo a partir da consolidação do movimento de alta ao longo de fevereiro, resume Barabach. No Cerrado de Minas, as vendas da safra 2014 superam 1 milhão de sacas. E no Sul de Minas giram em torno de 23% a 25% do potencial produtivo. "Assim, trabalhamos preliminarmente com venda antecipada em torno de 13% a 15% da safra 2014, dentro de um cenário produtivo preliminar entre 48 milhões e 50 milhões de sacas", avalia.

A incerteza na produção e a elevação dos gastos financeiros para margeamento de posições de hedge diminuíram um pouco o interesse por negociações antecipadas, afirma o analista. O bom volume de venda anterior e a correção negativa das cotações também colaboram com a redução do fluxo, conclui. As informações são da Safras & Mercado.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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