Café do Cerrado de Minas com selo de origem será divulgado nos EUA

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Documento atesta que grãos têm qualidade inquestionável, a exemplo do que ocorre na França com o terroir dos vinhos produzidos em Bordeaux e os espumantes de Champagne

Cafeicultores de 55 municípios do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro vão aproveitar a maior feira de cafés especiais do planeta, que ocorre de 24 a 27 de abril, em Seattle, nos Estados Unidos, para promover, oficialmente, o lançamento internacional da Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro (DOC), reconhecida no fim de dezembro. A região é a única do país a ter esse certificado para o grão. Na prática, o documento atesta que a área, conhecida por produzir o café do cerrado, é especializada numa mercadoria de qualidade inquestionável, a exemplo do que ocorre na França com o terroir dos vinhos produzidos em Bordeaux e os espumantes de Champagne.

Os americanos são grandes consumidores de café especial e a feira, acreditam os produtores do cerrado, é uma excelente oportunidade para a ampliação das exportações. “Vamos apresentar para o público seleto, que estará na Associação Americana de Cafés (SCAA, na sigla em inglês), o propósito da região do cerrado mineiro, entendendo que o mercado mundial de café está em crescimento e em transformação, influenciado diretamente por novos consumidores, mais exigentes e conscientes”, comemora Juliano Tarabal, superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Ele acrescenta que a estratégia da entidade será atuar em várias frentes do evento, buscando atingir torrefadores e outros segmentos do setor. “Um novo mundo do café está surgindo, um mercado que demanda novas maneiras de pensar e agir, de produzir e de fazer negócio para conquistar valorização e reconhecimento”, disse Tarabal.

A DOC beneficia cerca de 4,5 mil produtores dos 55 municípios do cerrado mineiro, onde são colhidas, anualmente, cerca de 5 milhões de sacas de 60 quilos cada. Neste ano, porém, a safra deve ser menor, devido à estiagem prolongada que atinge todo o país. Há produtores que perderam mais de 30% da lavoura. Na última semana, a Organização Internacional do Café (OIC) estimou que o Brasil deixará de produzir cerca de 2 milhões de sacas no biênio 2014/2015, em razão da seca.

Uma das formas de amenizar a perda é justamente investir em café especial, cujo preço, em média, é 30% superior ao tradicional. As lavouras campeãs em concurso de grãos de qualidade, contudo, conseguem preços com percentuais ainda maiores, acima de 5.000%.

Consumo

O mercado de café especial vem ganhando corpo em todo o planeta. A Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) estima que o consumo dos grãos especiais cresce de 10% a 15% ao ano. Já o do café tradicional aumenta entre 2% e 2,5% a no mesmo período. É bom deixar claro que toda lavoura, se bem tratada, tem condições de oferecer grãos de boa qualidade. No cerrado mineiro, o trato com a plantação garante boa renda aos produtores.

A feira nos Estados Unidos é um grande passo para a consolidação dos grãos da região no mercado internacional. Essa é a avaliação do analista técnico do Sebrae Minas Marcos Geraldo Alves da Silva, que participou do projeto para que a região do cerrado conseguisse o certificado de denominação de origem.




Veículo: Estado de Minas


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