Estado deve colher até 8,3 milhões de toneladas de arroz

Leia em 2min 50s

Atraso de parte do plantio e clima quente podem afetar o volume total da safra do cereal neste ano


Com uma expectativa de produtividade em torno de 7,5 mil quilos por hectare, a safra de arroz no Estado, que começou a ser colhida no final de janeiro, deve chegar a 8,3 milhões de toneladas em 2014. Esse volume, no entanto, ainda é indefinido, devido à dificuldade do manejo nas diferentes regiões, conforme o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz-RS), Henrique Osório Dornelles. “Temos lavouras com potencial acima de 10 mil quilos por hectare contrapondo com aquelas abaixo de 6 mil quilos por hectare, em função de cheias e do frio”, compara, referindo-se à Fronteira-Oeste e Depressão Central, respectivamente.

Outro fator que gera indefinição do resultado é o atraso do plantio de 25% dos grãos. “Ainda dependemos de que, em março, haja boa radiação solar e temperaturas elevadas”, completa o dirigente, apontando as características que devem colaborar com a meta da colheita, cuja abertura oficial ocorrerá de 20 a 22 de fevereiro, no município de Mostardas.

A 24ª edição do evento foi divulgada pela entidade ontem, pela manhã, na sede da Farsul, em Porto Alegre, e tem como realizadores a Federarroz e a Associação de Arrozeiros de Mostardas e Tavares. Cerca de 10 mil produtores e consumidores são esperados para o período, que contará com palestras e debates sobre técnicas agrícolas e estratégias comerciais, com foco também nos gargalos às exportações de arroz. Atualmente, o Rio Grande do Sul vende o produto, além do mercado doméstico, para países da América Central (como Panamá, Costa Rica e Cuba), Nigéria e Iraque.

A produção pouco maior do que no ciclo 2012/2013 estimada para este ano se deve a um aumento de área cultivada por disponibilidade de água para a irrigação, especialmente na Fronteira-Oeste. “Essa evolução compensa a queda dos estoques públicos, que devem ficar em 600 mil toneladas por causa dos leilões de oferta promovidos pelo governo federal”, aponta Dornelles. Para manter a expectativa de safra cheia, fevereiro e março devem seguir sem oscilações térmicas acentuadas e muito sol. Temperaturas abaixo de 15 graus centígrados na floração podem gerar má formação da panícula (cacho) de arroz, afetando a produtividade. “Calor excessivo aliado à baixa umidade relativa do ar é condição indesejável, por gerar grãos quebrados”, explica o dirigente. E se o clima for inadequado, não afetará somente o volume na colheita, mas também os preços ao consumidor.

O presidente da Federarroz pondera que os estoques estão ajustados, e que não há risco de desabastecimento interno (levando em consideração os estoques públicos e privados) ou comprometimento das exportações, projetadas para atingir, neste ano, o volume mínimo de 1,3 milhões de toneladas. “No que se refere ao volume de exportações, vai depender do comportamento do câmbio e da capacidade logística”, destaca Dornelles.

Já nas prateleiras dos supermercados, os preços do arroz devem chegar entre 5% e 7% mais caros que em 2013, como repasse de alta de custos destinados ao processo de plantio e colheita. Mesmo no pico de safra, os preços do arroz não devem baixar do patamar de R$ 33,00 por saca de 50 quilos, em casca, no Rio Grande do Sul, valor referencial para o custo médio da saca de 50 quilos do cereal.


Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Preço de frete de soja dispara com início de transporte da safra

Em um mês, valor sobe até 53%; Santos faz exigências que podem encarecer serviçoOs preç...

Veja mais
Brasileiros querem quitar cartão e carnê em 2014

Uma pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ), em parceria com ...

Veja mais
Comércio no Nordeste sente mais efeitos do Bolsa Família

O Bolsa Família ajudou os estados mais pobres a enfrentarem a desaceleração da economia no ano pass...

Veja mais
Governo vai lançar cartilha de orientação a consumidor durante a Copa

O governo federal vai distribuir nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo 2014 o Guia do Consumidor Turista. O material tril...

Veja mais
Calor ajuda comércio paulistano a vender mais em janeiro

O comércio saiu lucrando com o calor registrado em janeiro. A Associação Comercial de São Pa...

Veja mais
Preparativos para a Páscoa têm início em Minas Gerais

Pequenas e médias empresas de Belo Horizonte já começam a fazer as encomendas e a produç&ati...

Veja mais
Havas será a agência de Varejista

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou ontem, em nota, a contratação da agência d...

Veja mais
Soja precoce da Embrapa atrai interesse do produtor

Colheita acontece, em média, depois de 118 dias após a semeadura da cultivarA demanda crescente por parte ...

Veja mais
Farmacêuticas se unem para criar novos remédios

Dez grandes farmacêuticas que gastaram bilhões de dólares competindo umas com as outras para descobr...

Veja mais