O Certifica Minas Café deve atingir a marca de 1,7 mil propriedades cafeeiras certificadas até o fim de 2014. O programa é uma iniciativa do governo de Minas, executado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
O Certifica Minas Café estimula os produtores a adotarem boas práticas de produção, uma gestão moderna da propriedade e incentiva a preservação ambiental. Atualmente, 214 municípios mineiros participam do programa.
O número de propriedades certificadas é de 1.643. "A evolução dos estabelecimentos rurais e dos produtores é evidente. Hoje, eles trabalham na atividade de uma maneira mais profissional, fazendo com que sua propriedade seja uma empresa, independentemente do tamanho", afirma o coordenador do Certifica Minas Café e da Emater-MG, Julian Silva Carvalho.
Com a atuação de extensionistas especialmente treinados para a atividade, a Emater-MG orienta os produtores sobre as adequações das fazendas candidatas à certificação. Após essa etapa, o IMA faz as auditorias preliminares para checar se todas as exigências foram obedecidas. Em seguida, uma certificadora de reconhecimento internacional faz a auditoria final e concede a certificação às propriedades.
"Os extensionistas promovem as boas práticas agrícolas com o programa Certifica Minas Café e o produtor adota modelos de produção sustentáveis através das orientações técnicas. São práticas agronomicamente corretas e que auxiliam o produtor a maximizar o processo de produção, obtendo maior produtividade de maneira racional e sustentável", explica Carvalho.
Equilíbrio - O Certifica Minas Café incentiva o equilíbrio entre produção e meio ambiente. O cafeicultor tem de cumprir 95 itens para conseguir a certificação de sua propriedade. Por meio do programa, os produtores aprendem a fazer uma gestão mais eficiente da propriedade e desenvolvem ações de preservação ambiental.
As ações são bastante diversificadas. Em todas as propriedades certificadas são elaborados mapas georreferenciados, destacando todas as fontes de água e projetos contendo um planejamento para proteção das mesmas. As nascentes devem estar protegidas para evitar o pisoteio e a compactação do solo e facilitar a revegetação.
O cafeicultor também tem que adotar diversos procedimentos para conservação e preservação da água e do solo. Dentre eles estão a manutenção da vegetação entre as linhas do cafeeiro, a construção de caixas de contenção de enxurradas e a realização de roçadas para controle do mato. Essas práticas melhoram a infiltração da água no solo e diminuem o seu escoamento superficial. Além disso, aumentam a diversidade biológica da propriedade e evitam a erosão.
O município de Caratinga, região Leste mineira, tem 11 propriedades certificadas e 25 cadastradas. A fazenda de Paulo César Fernandes é um exemplo de boas práticas de produção e preservação ambiental. Ele conta que aprendeu técnicas eficientes para a renovação da lavoura velha, como controlar os gastos e proteger as seis nascentes do local. De acordo com ele, todas essas medidas adotadas tiveram impacto na produção do café, que cresceu 15%.
Veículo: Diário do Comércio - MG