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Empresários trocam salas comerciais por boxes de armazenamento para reduzir custo de estoque e ter mais flexibilidade



O empresário Marcelo Roberto Lang, 43, precisava de um espaço para armazenar as peças automotivas que vende no site SRT Importadora. Decidiu então alugar um box de 9m² em uma companhia de "self storage" (autoarmazenamento), em Alphaville (SP).

Essas empresas oferecem boxes individuais de diferentes tamanhos, com aluguel mensal que pode ser interrompido a qualquer momento. Esta flexibilidade tem atraído outros pequenos e médios empresários em substituição às tradicionais salas ou imóveis comerciais.

O preço médio do aluguel por m² na unidade escolhida por Lang é de R$ 60. "Em um prédio comercial, numa localização semelhante e com a mesma segurança, pagaria mais que o dobro, fora ter que ficar preso num contrato de longo prazo e pagar condomínio", diz o empresário.

O aluguel do metro quadrado comercial para pequenas e médias empresas custa até R$ 140 na cidade de São Paulo, segundo a companhia de pesquisa imobiliária corporativa Buildings.Lang usa o local como centro de distribuição. "Três vezes por semana eu passo lá, embalo os pedidos e já vou para os Correios despachar."

Cada cliente recebe uma chave de seu box, similar a uma sala vazia. O acesso é controlado por seguranças, e o horário, limitado: período comercial em dias úteis e parcial aos fins de semana.Nelson Gabrieli, 38, optou pelo espaço pela flexibilidade de uso.Ele é dono de uma loja de calçados de 49 m² no shopping SP Market e mantém um box de 50 m² na Minidocks como estoque. No fim de ano, com o aumento das vendas por conta do Natal, aluga mais quatro boxes.O sócio da Minidocks, Luiz Eduardo Côrrea, afirma que as empresas costumam ficar nos boxes por volta de um ano e meio ou de acordo com demandas sazonais. A média do aluguel é R$ 80 o m².

O presidente-executivo da empresa de armazenamento MetroFit, Hans Scholl, conta ter 500 boxes disponíveis em cada uma de suas duas unidades e planeja a abertura de outras duas neste ano, em grande parte pela procura de pequenas empresas."Com a economia fraca temos uma procura maior das empresas que buscam cortar custos. Metade dos meus clientes já são pessoas jurídicas", relata. A média de aluguel no local é de R$ 75 o m².

LOJA IMPROVISADA

Na MetroFit, o empresário catarinense Ivan Farha, 31, transformou por oito meses um box de 43,2 m² no showroom de sua importadora de móveis IFD2, cuja sede fica em Itajaí."São Paulo tem uma clientela que precisa ver e sentir o produto", afirma Farha.

Segundo o empresário, os clientes não estranharam o local, já que as visitas eram acompanhadas por um vendedor ou por ele próprio."Esse tempo foi importante para prospectar clientes e tornar minha marca conhecida sem gastar muito", conta o empresário, que hoje aluga uma casa na Vila Mariana.



Uso de armazém exige maior planejamento



As empresas de armazenamento podem ser uma boa solução para alocar mercadorias em meses mais movimentados, mas o aluguel de curto prazo pode se tornar uma armadilha se o empresário não se planejar."O custo do estoque pode ser menor, mas é um custo. É importante o empresário ter um plano claro de uso, que pode ser de acordo com sua demanda, por período sazonal ou só para uma emergência", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP.Ele afirma ser fundamental estudar o contrato de locação, para evitar ser surpreendido com multas se sair antes do tempo previsto.

É importante ainda levar em conta o ano de economia desaquecida e as previsões de quedas nas vendas para não se comprometer com um espaço de armazenamento maior do que o necessário. Como estas empresas oferecem restrição de acesso, o empreendedor que optar por manter suas mercadorias em um box precisa de planejamento cuidadoso das entregas, para não prejudicar prazos ou até perder vendas em maior quantidade.

O presidente da Asbrass (Associação Brasileira de Self Storage), Flavio Del Soldato Jr., indica a opção para negócios que costumam ter muita oscilação na quantia de mercadoria estocada."O modelo é ideal para transformar um custo fixo de armazenagem em um custo variável", diz Soldato.Segundo a Asbrass, o Brasil tem 145 unidades de "self storage", sendo 85 no Estado de São Paulo.


Nagamatsu, do Sebrae-SP, indica outras alternativas de armazenamento."Há fornecedores que oferecem parcerias para estocagem dos seus produtos, dependendo do volume de compras. Também temos casos de empresas que se unem para criar armazéns coletivos, como companhias de material de construção no interior paulista", afirma.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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