Aplicativos para entregas despontam como apostas de startups brasileiras

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                                   Microempresas de toda a cadeia de transporte apostam no uso da tecnologia para tornar as ações eficientes e lucrativas. Alguns exemplos são as soluções de entrega como Bikoo,Mandaê e Sontra



São Paulo - Intermediar serviços através de aplicativos já é realidade para segmentos como hotelaria e táxi. Mas agora é a vez da logística de entregas. Alguns exemplos das plataformas que estão surgindo são a Bikoo, Mandaê e a Sontra Cargo.

A recém-lançada solução Bikoo permite que qualquer pessoa física cadastre uma rota e faça entregas. "Nos baseamos no modelo de economia colaborativa. Se você tiver uma rota diária, então pode registrar no aplicativo e aproveitar o porta-malas do carro para fazer um bico", disse um dos sócios fundadores da startup, Kiko Coelho.

A ideia é dar utilidade a todos os porta-malas subutilizados. "Existe uma capacidade ociosa grande e nós seremos os corretores de quem quer vender o que não está usando", brinca Coelho. Com capital próprio, o aporte necessário para desenvolver o aplicativo e a estrutura da empresa foi de R$ 500 mil, mas a startup diz já estar participando de programas de "investidores anjos".

Para garantir segurança aos usuários, a empresa garante verificar documentos, antecedentes, telefone e cadastro com o Facebook. "Antes de solicitar uma entrega, o cliente pode ver os amigos em comum, ou um ranking de usuários autenticados que implementaremos". Após o lançamento, na semana passada, o aplicativo teve 150 cadastros e o objetivo é atingir 30 mil usuários até dezembro. A previsão de faturamento bruto no primeiro ano de operação é de R$ 1 milhão.

A princípio, a startup vai focar nos profissionais que já trabalham com transportes, como motoristas, taxistas e motoboys. Mas não existe impedimento para nenhum entregador ou meio de transporte. "No caso do taxista, ele não pode colocar mais de um cliente no carro, mas pode levar um pacote no porta-malas", analisa o sócio fundador do Bikoo, Marcelo Ruman.

Mesmo assim, ele acredita que o aplicativo será utilizado por qualquer pessoa. "Se alguém quiser cadastrar uma rota a pé ou de metrô e o tamanho do pacote não for um impedimento, essa pessoa também pode". Por ser app, a solução pode ser usada em todo o Brasil, mas por enquanto está focada no eixo Rio-São Paulo. Nos Estados Unidos, a empresa Amazon também tem estudado a possibilidade de criar um aplicativo que contrate pessoas em vez de transportadoras para entregas.

Profissional autônomo

Com um ano e meio no mercado, a Sontra Cargo é voltada especificamente para caminhoneiros cadastrados na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e clientes corporativos com CNPJ. "Tanto empresas quanto transportadoras que precisam de caminhoneiros podem utilizar o aplicativo. Atualmente, as maiores transportadoras do mercado estão no nosso cadastro, pois em momentos de grande demanda - como Natal - podem encontrar um profissional", diz o diretor de marketing da Sontra, Bruno Moreira.

De acordo com o executivo, mais de 50% dos profissionais hoje são autônomos e a tecnologia da empresa ajuda a diminuir o espaço ocioso e aumentar o volume de trabalho. "Hoje, a Sontra Cargo possui uma base de 100 mil caminhoneiros e 20 mil transportadoras." A perspectiva até o final do ano é chegar a 150 mil.

Ao contrário do aplicativo Uber, Moreira não acredita na possibilidade de um possível boicote do setor. Para ele, a plataforma foi bem recebida pelas empresas e entrou como parte da cadeia e não concorrência. A plataforma já é utilizada em todas as regiões do País, com maior movimentação no Sul e Sudeste.

Nicho

Um nicho diferente foi encontrado pela startup Mandaê: empacotamento e retirada de produtos em domicílio, para serem levados até os Correios ou a transportadoras privadas. "Nossa missão é transformar o hábito de como as pessoas e os pequenos negócios enviam seus produtos. Com a Mandaê você envia o que quiser, sem precisar pagar pelo empacotamento ou sair de casa", fala o CEO, Marcelo Fujimoto.

A empresa cobra R$ 10 pela retirada e o empacotamento é de graça, independentemente do tamanho do objeto. Após a entrega é emitido boleto para o cliente. Com o grande volume de objetos entregues nos Correios, a empresa consegue descontos e diz manter assim a margem de lucro. Para fazer a entrega, a startup possui 18 funcionários para coleta.

Por enquanto, o serviço está disponível apenas na cidade de São Paulo e em Osasco. Mas em 2016, ele deve chegar ao Rio de Janeiro (RJ) e a Belo Horizonte (MG). Além dos clientes sem tempo de ir aos Correios, as pequenas empresas, sobretudo de e-commerce, são os grandes clientes. Atualmente, 60% dos usuários são corporativos e 40%, pessoas físicas. A Mandaê recebeu este ano R$ 5 milhões do fundo Monashees Capital e já investiu parte em infraestrutura.


Veículo: Jornal DCI



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