Transposul debate alternativas para eliminar desperdícios e aumentar competitividade do segmento


Aumentar a produtividade dentro das empresas é o principal desafio para o setor de transportes brasileiro. O diagnóstico foi feito pelo diretor da Porsche Consulting e especialista em gestão de projetos Ingo Canovas Glawes. O executivo lembra que, de 2005 a 2013, o indicador de produção no Brasil permaneceu estagnado em 0,17 numa escala de 0 a 1. O resultado é inferior a potências como Estados Unidos e Alemanha e também fica atrás de vizinhos como Chile e Argentina.

“O ganho de produtividade é o principal desafio para o setor de transportes. A logística por trás das operações é crucial para ser competitivo”, sinaliza Glawes, que palestrou sobre “excelência operacional em transportes” na Transposul, em Porto Alegre, ontem. O dirigente lembra que o segmento de transportes no Brasil é extremamente competitivo, com mais de 150 mil empresas disputando espaço, e, por isso, os mínimos detalhes podem determinar o sucesso de uma companhia.

O gestor enfatiza que é necessária uma mudança brusca de cultura nas companhias do País, que resulte na promoção de modificações no modelo de administração. Para Glawes é preciso eliminar desperdícios e adotar metas e indicadores de produção em todas as áreas. “Esse processo começa pela produção e depois se expande para as demais áreas. É importante entender que a empresa precisa atuar naquilo que agrega valor, acabando com os desperdícios”, analisa.

Segundo o gestor, grande parte das mudanças (80%) podem ser realizadas da “porteira para dentro” e não estão relacionadas com fatores externos, como a legislação ou a política econômica de um governo. As companhias brasileiras estão atrasadas para iniciar esse processo, na percepção do consultor. “Eu diria que menos de 0,5% das empresas brasileiras tem procurado fazer ações para aumentar sua produtividade. No setor de transportes isso ainda é embrionário. Somente algumas montadoras tem isso mais avançado”, analisa.

No sentido de ajudar a otimizar a operação do setor, os expositores da feira têm procurado levar equipamentos e sistemas inovadores até o consumidor. É o caso da MAN, que lançou um caminhão, o 29-480, com 480 cavalos. “É o mais potente da categoria. Atende a todo o segmento de carga extra pesada, seja de frigoríficos, combustíveis, madeira, entre outras”, destaca o diretor comercial da empresa Wilson dos Santos. O gestor diz que nos primeiros dias de feira diversos pedidos de intenção de compra foram encaminhados.

Focar em produtos e serviços inovadores tem sido a saída para os fabricantes atenuarem a constante queda nas vendas. “O mercado de caminhões no Estado teve queda de 50% nas vendas. Para conseguir superar estamos trabalhando com algumas estratégias. Uma delas é oferecer um atendimento pós-venda, fazendo a manutenção dos veículos”, diz Felipe Stamberg, gerente da Dipesul, concessionária da Volvo. A empresa ainda levou ao evento um sistema inteligente para caminhões, o I-See, que ajuda a mapear as rotas percorridas pelo motorista e otimizar o desempenho do veículo durante o trajeto.

Já a DAF expôs na Transposul uma linha de caminhões que possuem equipamentos para maximizar o uso da bateria e do combustível dos veículos. “São aplicações que atendem a diferentes segmentos”, destaca Jorge Medina, diretor de vendas. De acordo com Medina, a movimentação na feira tem sido menor, se comparada com outros anos, mas os consumidores seguem demonstrando interesse pelos caminhões da marca.



Veículo: Jornal do Comércio - RS