Comércio contabiliza prejuízos com a greve dos rodoviários de BH

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Falta de transporte coletivo afetou as vendas nas lojas

 



A greve dos rodoviários, suspensa desde a zero hora desta quinta-feira, causou impactos negativos ao comércio da Capital. Embora ainda não tenham um balanço sobre o volume financeiro das perdas, as entidades representativas do varejo afirmam que os prejuízos vão desde a falta de funcionários até a dificuldade da chegada de consumidores às lojas.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (STTR) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) se reúnem ainda hoje para tentar resolver o impasse.

Iniciada na última segunda-feira, a greve atingiu milhares de pessoas em toda a cidade. Os rodoviários protestam contra o não pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que estava previsto para o quinto dia útil de junho. Na última convenção coletiva, assinada em março, ficou acordado repasse de R$ 173 para quem ganha até R$ 1.188 e de R$ 347 para quem recebe acima desse valor. O Setra-BH, por sua vez, afirma que o pagamento foi adiado, e não cancelado.

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) Marco Antônio Gaspar informa que durante os três dias de paralisação houve queda nas vendas do comércio da capital mineira. Segundo ele, o principal impacto da greve dos motoristas de ônibus diz respeito à dificuldade de locomoção de funcionários e consumidores até os pontos comerciais. Além disso, o movimento fomenta o transporte clandestino na cidade.

"Os funcionários querem chegar ao trabalho, porque as vendas já estão difíceis e eles ganham por comissão. Assim, a única maneira que alguns estão encontrando é o transporte informal, que sabemos não ser a melhor opção", revela.

Gaspar lembra que, legalmente, os lojistas não podem descontar dos funcionários a remuneração e os benefícios correspondentes à ausência no trabalho. Por outro lado, ele alertou que os empresários que tiveram prejuízos com o movimento grevista dos trabalhadores rodoviários podem buscar ressarcimento junto à Justiça. "Não sei se é uma boa ideia, porque o gasto é grande e o processo é lento, mas é uma opção", diz.

Enquanto isso, segundo ele, a CDL-BH tem agido junto à Prefeitura de Belo Horizonte para tentar minimizar o problema. A reivindicação da entidade é que o órgão cobre da categoria a falta de flexibilização sobre o pagamento extra. "No dia seguinte ao não recebimento eles já estavam em greve", ressalta.


Rendimento - O presidente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato Filho, conta que a entidade tem percebido junto aos associados que os funcionários que conseguiram comparecer ao trabalho chegaram reclamando das condições e não tiveram o rendimento habitual. Com isso, conforme Donato Filho, as lojas não deixaram de abrir, mas funcionaram de forma precária.

"O funcionamento do comércio nesta semana tem sido com número reduzido de atendentes e um número ainda menor de clientes em todas as lojas. A gente entende os motivos dos profissionais, mas nada justifica quase parar a cidade inteira", opina.

Já o superintende da Associação de Lojistas de Shoppings Center de Minas Gerais (Aloshopping), Alexandre Dolabella França, alega que os associados estão mais preocupados com o desempenho das vendas do que com os impactos da greve. "A percepção entre os lojistas dos shoppings não está tão forte. Acredito que seja pela grande preocupação com o recuo das vendas no decorrer deste exercício. O atraso ou a falta de funcionários foram muito pontuais", justifica.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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