Indústria não recebeu mais encomendas para Dia das Mães

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Expectativa é que haja apenas um esvaziamento de estoques dos lojistas

 



As projeções de vendas mais tímidas no Dia das Mães por parte do comércio afetaram o desempenho da indústria. Os fabricantes daqueles produtos mais vendidos no período ainda não sentiram grandes diferenças nas encomendas até o momento, e não esperam melhora nos próximos dias. Há setores que estão na torcida para que a data leve a um esvaziamento dos estoques dos lojistas para que a demanda aumente no próximo mês.

Apesar de bolsas e cintos serem opções de presente bastante procurados no Dia das Mães, os fabricantes não foram muito demandados, como ocorre normalmente. Segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Bolsas e Cintos do Estado de Minas Gerais (Sindibolsas-MG), Rogério Lima, as encomendas não foram superiores às de meses normais, sem datas comemorativas.

Se nos próximos dias a situação do setor permanecer a mesma, a produção de bolsas e cintos no Estado deverá cair cerca de 15% na comparação com o Dia das Mães do ano passado. Desde 2012 o segmento não consegue alcançar bons resultados na data que já foi uma das mais importantes para os industriais do ramo. "O mercado está com muita dificuldade de se recuperar. Muitos fabricantes têm fechado as portas nos últimos anos. Neste Dia das Mães o que estamos fazendo é torcer para que as vendas acabem com os estoques das lojas para que voltemos a vender", afirma.


Dólar - A sensação é a mesma para a indústria têxtil, que só acredita em pequena melhora no segundo semestre. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais, Flávio Roscoe, as encomendas para a data neste ano caíram 15% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A retração já era esperada pelos industriais que, por isso, se planejaram para produzir menos no período. "Nós já sabíamos que a redução da demanda, que já vem de vários meses, continuaria nessa fase. Mesmo a data sendo uma das mais importantes para nós", afirma.

Para o primeiro semestre, as projeções são de uma retração de 10% na produção do setor. Já no segundo, há esperança de haver uma alta de 10%. O otimismo para a segunda metade do ano se justifica na alta do dólar, que deverá refletir sobre o encarecimento dos produtos importados vendidos no Brasil. Como a concorrência estrangeira é um dos maiores entraves para as vendas dos têxteis nacionais, a diferença de preços pode refletir positivamente em um futuro próximo. "Apesar de o dólar já estar em alta, o impacto nos preços finais deve demorar um pouco para acontecer. Até que os produtos comprados com preços mais altos comecem a chegar nas vitrines, já estaremos no segundo semestre", afirma.

O setor de joias também admite que a formação de estoque para a data está mais contida do que nos anos anteriores. "Hoje, sem dúvida alguma, as pessoas estão adequando seus estoques ao momento econômico. Claro que se fôssemos fazer dez correntes, agora já seriam sete", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas do Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Raymundo Viana.

Mas, mesmo assim, Viana ainda aposta em crescimento de pelo menos 5% na produção no Dia das Mães deste ano se comparado com a mesma data do exercício anterior. As boas projeções se baseiam no poder de compra das classes A e B, que sentiriam menos os problemas como a inflação em alta. "Joia é um objeto de desejo, principalmente em datas importantes como o Dia das Mães. Por isso, apostamos que, aqueles que possuem poder aquisitivo, não vão abrir mão de presentear com uma joia", afirma.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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