Roubo de cargas sobra para o consumidor

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Transportadoras apontam alta no preço dos seguros, que encarece o frete. Aumento vai ser repassado para indústria e varejo



O principal vilão na composição de custos das empresas de transporte de cargas é o óleo diesel, mas existe outro gasto que vem incomodando muito os empresários do setor, principalmente em Pernambuco, que é o seguro das cargas. Atualmente, esse item corresponde a 8% dos custos das transportadoras, mas até o final do ano o percentual deve aumentar para 10,4%. Isso porque a expectativa é que as seguradoras subam em até 30% os preços, por conta do aumento do roubo de cargas, crime que vem crescendo principalmente em São Paulo, origem de dois terços dos produtos demandados no estado.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Pernambuco (Setcepe), apenas no primeiro semestre deste ano, o prejuízo com furtos nas estradas paulistas já ultrapassou a cifra de R$ 1 bilhão, enquanto que em 2013, o prejuízo foi de R$ 970 milhões em todo o ano. Os números assustam, mas não tanto quanto a análise dos últimos vinte anos feita pela Associação Brasileira de Gerenciamento de Risco e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec). O relatório indica que os roubos e furtos de carga no Brasil subiram 1.280% de 1994 até agora, passando de 2,5 mil para 32,2 mil em 2013.

“O setor está no limite. Não iremos absorver mais esse custo. No mês passado, houve um aumento de 8,1% no salário dos motoristas e funcionários das transportadoras. Agora estamos na iminência de uma alta nos seguros. Vamos ter que repassar os custos aos clientes”, afirma o vice-presidente do Setcep, Antônio Jacarandá. De acordo com ele, por causa do aumento de furtos, as transportadoras já estão pagando uma segurança extra para as cargas de maior valor, que vai desde de escoltas até serviços de rastreamento por satélite. Outra alternativa são caminhos mais longos e desconhecidos, o que aumenta o custo com combustível.

O analista financeiro Roberto Ferreira explica que a alta dos seguros deve provocar uma reação em cadeia e chegará ao bolso de todos os consumidores. “Isso afeta a indústria e o varejo diretamente. Logo, podemos esperar aumento no preço dos alimentos, de eletrodomésticos e de uma infinidade de produtos."



Veículo: Diário de Pernambuco


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