Transportador terá maio mais forte

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Empresas de transporte e logística esperam um mês de maio mais forte do que o histórico do setor. Com o início da Copa do Mundo em junho, o faturamento deve ser incrementado por uma antecipação do transporte que seria feito durante o período dos jogos. Executivos do setor dizem que há alguns meses já estão em contato com seus clientes para organizar um esquema de transporte mais intenso para maio.

É o caso da Atlas Logística, que opera em todo o país e tem um quarto de suas receitas vindas do setor farmacêutico. Para não correr o risco de ter atrasos nas entregas de medicamentos em junho, principalmente para hospitais, a empresa entrou em contato com clientes para tratar do assunto. "Temos programado uma antecipação de faturamento, principalmente das semanas dos jogos. Muitos clientes estão se preparando para um maior volume em maio", afirma Lauro Megale, presidente da Atlas.

Já a preocupação da Luft Logística é com o frete aéreo. Segundo Rafael Martau, diretor executivo de negócios da Luft, muitas empresas estão antecipando faturamentos para maio também por temer possíveis interrupções de algumas malhas durante o período da Copa. Martau afirma que a companhia está tentando se organizar para não depender tanto deste modal, que tende a ficar sobrecarregado com o aumento do fluxo de jatos executivos.

O mesmo acontece com as empresas que transportam os produtos de maior demanda durante a Copa do Mundo, como as bebidas, que devem ter um consumo mais elevado em junho e julho. A Coopercarga, que tem entre seus principais clientes a Ambev, diz que vem se programando para o aumento dos volumes de entregas de bebidas tanto em maio como em junho.

No ano passado, durante a Copa das Confederações, a Coopercarga já teve a experiência do aumento dos volumes, afirma Osni Roman, presidente da companhia. Agora, se prepara para a mesma situação. Segundo o executivo, a empresa não está ampliando seu quadro de funcionários ou sua frota para os jogos, mas sim se programando e ajustando escalas.

Normalmente, as empresas costumam fazer uma análise da rota dos veículos para esquematizar as entregas que precisarão ser feitas durante a época dos jogos. Segundo a companhia de logística JSL, as operações com a empresa de medicina diagnóstica Fleury, por exemplo, deverão ser avaliadas previamente no caso dos grandes centros urbanos que receberão o evento. Para os prazos que a operação exige, a equipe responsável está montando, em conjunto com o cliente, planos de contingência para diminuir ou zerar o impacto do trânsito nas rotas e buscando alternativas de horário.

A Ritmo Logística, controlada pela América Latina Logística (ALL) e que atua na movimentação de cargas por rodovia, afirma que, de uma forma geral, espera ter crescimento de pedidos durante a Copa do Mundo.

Em entrevista recente ao Valor, Luiz Alcantara, presidente da Ritmo, disse que aguarda uma demanda até 25% superior à média da época na movimentação de cargas. Entre as cargas que mais devem mostrar crescimento são as relacionadas ao varejo.

Os efeitos da Copa também serão sentidos em outros segmentos ligados à logística, como os fornecedores de veículos. A Auto Sueco SP, rede de concessionárias da Volvo em várias regiões do Estado de São Paulo, espera um resultado positivo nos próximos meses, com o crescimento do fretamento durante o Mundial. A expectativa geral da empresa é elevar a participação do segmento fretado de 20% para 30% do total de negócios de ônibus, grande parte com o impulso da Copa.

 


Veículo: Valor Econômico


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