Novas tecnologias barateiam o custo da logística no Brasil

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As empresas brasileiras encontraram no investimento em novas tecnologias a solução para diminuir os problemas de logística e reduzir custos operacionais. A América Latina Logística (ALL), maior empresa independente de serviços de logística da América do Sul, decidiu compensar a falta de extensão da malha ferroviária do País investindo em uma constante modernização de seu serviço. "Criamos um sistema chamado PX: ele recebe a posição e o destino de todos os trens da malha. Desenvolvemos com uma equipe de matemáticos e engenheiros juntos com a IBM a partir de um algoritmo baseado em Inteligência Artificial", revela Diego Nelfert, gerente de TI da ALL.

"O objetivo é obter o menor percurso do trem. Conseguimos entregar a carga com mais eficiência e melhorar o giro operacional (...) Existe uma redução de custos considerável", completa Nelfert. No ano passado, a ALL investiu R$ 20 milhões em novas tecnologias e a ideia da empresa é aumentar esses números progressivamente.

A pouca extensão da malha ferroviária brasileira fez a ALL recorrer a outros fatores na hora de operar. "A malha ferroviária é muito mais limitada em extensão do que limitada em qualidade. A ALL melhora constantemente sua malha ferroviária. Buscamos tecnologias que vão gerar ganhos operacionais".

"Existe um gargalo logístico no Brasil. Entre 142 países listados, o País está na posição 130 em eficiência de portos", afirma Roberto Bastian, presidente do Congresso SAE Brasil 2013 e diretor de Logística e Infraestrutura da Mercedes-Benz. Se há carência no setor portuário, o ramo da indústria parece se mostrar atento às novas tecnologias. "Em termos de tecnologia aplicada na indústria, temos uma série de sistemas usados", diz Bastian.

"O investimento da Mercedes em logística no Brasil é pequeno se comparado aos números da nossa matriz na Alemanha. Por aqui, muitas indústrias têm a prática de terceirizar esse serviço. Nenhuma grande montadora faz sua logística", revela. Entre as novas tecnologias aplicadas pela indústria automotiva e, mais especificamente pela montadora alemã, Bastian destaca o Picking-by-light (separação por indicação luminosa). "O Picking-by-light já é usado pela Mercedes na Alemanha e deve chegar no Brasil em breve. Por meio de um leitor de códigos de barras, o estoque mostra - via utilização de luzes - onde se encontra a peça desejada."

Na opinião de Bastian, a adesão de novas tecnologias é benéfica no processo logístico. "Usando essas tecnologias, você diminui os gastos com logística e, consequentemente, barateia os custos. Tudo é pensado para reduzir custos e tempo de produção".

Muitas outras empresas também investem na criação de novas tecnologias que facilitam a logística de um modo geral. A Oracle, por exemplo, desenvolveu uma solução especifica para a rede Localiza de aluguel e venda de veículos seminovos. Implementado no final de 2011, o Oracle Siebel CRM ajudou a empresa a reduzir em 80% o tempo do atendimento aos clientes e, consequentemente, gerou uma diminuição nos gastos operacionais da Localiza. "O Oracle Siebel apresenta facilidade de uso e funcionalidades que podem agregar valor", conta Alberto Campos, diretor de TI da Plataforma Localiza.

A falta de investimentos em logística no Brasil é um problema enfrentado corriqueiramente pelas empresas. Se comparado a outros mercados emergentes - como China, por exemplo -, o País está em um nível abaixo dos demais. De acordo com a última pesquisa feita pela Consultoria ILOS, o governo federal investiu 0,42% do Produto Interno Bruto (PIB) em transportes em 2010, enquanto a China reservou 10% de seu PIB ao mesmo setor naquele ano, totalizando R$ 1,8 trilhão. "Para superar os gargalos, o Brasil precisa investir R$ 500 bilhões", diz Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).




Veículo: DCI


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