Dificuldades nas estradas continuam

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Apesar de decisões judiciais terem liberado a circulação de veículos nas estradas de alguns Estados ontem, empresas continuaram a dar relatos de prejuízos e dificuldades na operação logística decorrente das manifestações.

"Temos reclamações de clientes que não recebem nossos produtos", disse ontem Sérgio Macedo, vice-presidente industrial da Vilma Alimentos, tradicional fabricante de farinha e massas de macarrão de Minas Gerais. A companhia, segundo ele, enfrenta dois problemas: motoristas que não conseguiram voltar das estradas para recarregar e os que partiram para fazer as entregas e que estão parados. "Não tem solução, temos só que esperar".

Macedo disse também que os bloqueios já causaram um impacto de mais de R$ 1 milhão à Vilma Alimentos em dois dias. O faturamento diário que em geral é de R$ 2,2 milhões ficou em R$ 1,4 milhão na segunda-feira e R$ 1,7 milhão na terça.

A fabricante de pão de queijo Forno de Minas estuda readequar as rotas de entrega caso os protestos nas rodovias continuem, diz José Gorgulho, gerente de logística da companhia. A sede fica em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e a massa, fresca e congelada, sai de lá para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro - trechos que estão entre os que mais enfrentam paralisações de caminhoneiros.

A Usiminas também foi atingida pelos protestos. Por meio de nota, informou que "o escoamento de produtos sofreu impactos em função das paralisações de caminhoneiros ocorridas nos últimos dias, com atrasos nas entregas finais". "A empresa busca soluções para atender às necessidades dos clientes", diz o texto.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) não havia calculado até ontem os impactos dos protestos na produção e distribuição de produtos e insumos pelas estradas no Estado. Mas apontou que os principais afetados têm sido a indústria alimentícia, a distribuição de combustível, siderúrgicas e a revenda de eletroeletrônicos, que em geral tem estoques reduzidos nas lojas.

A Paranapanema, fabricante de produtos de cobre, também não passou imune. Segundo o presidente da companhia, Edson Monteiro, como a Paranapanema sempre tem cargas para entregar em diversos locais, está sujeita, assim como outras empresas, a ter parte de suas entregas afetadas por bloqueios de estradas. A companhia tem unidades de produção industrial em Dias D'Ávila (BA) e em Santo André (SP) e clientes em diversas regiões do país.

A Receita Federal chegou a ampliar em duas horas o período de atendimento no porto seco de Uruguaiana (RS), na fronteira entre o Brasil e a Argentina, para normalizar o fluxo de caminhões entre os dois países. Quase 300 caminhões estavam parados no fim da tarde de ontem no pátio e nas vias de acesso ao porto seco, que recebe em média 500 veículos por dia.



Veículo: Valor Econômico


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