Transporte de medicamentos ocupa 4º lugar entre as cargas

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De tudo o que é transportado hoje dentro do Brasil, cerca de 20% correspondem a medicamentos. Em 2015, esta porcentagem deve atingir 25%. Remédios já estão em 4º lugar no ranking dos bens mais conduzidos internamente, perdendo apenas para alimentos, eletroeletrônicos e móveis. Com a demanda maior, as transportadoras especializadas na atividade vêm, progressivamente, movendo-se para a Região Centro-oeste, e isto porque é para lá que estão indo seus clientes - em especial para Goiás, que já é o 4º maior estado fabricante de fármacos, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, segundo Jorge Froes de Aguilar, que é membro do Conselho da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma).

Migrar para o serrado brasileiro é o caminho, por exemplo, que deve ser trilhado por uma das maiores players nacionais da atividade, a empresa Ativa Logística. "Vamos investir R$ 6 milhões ao longo de 2012. Parte disto muito provavelmente será empregada na abertura de três novas filiais de nossa empresa - duas em Goiás e uma no Distrito Federal", como revela Newton Tosim, que é diretor da companhia.

Anápolis

Tudo isto se deve, em grande medida, à atividade do chamado Distrito AgroIndustrial de Goiás, o Daia - hoje segundo polo farmacoquímico do Brasil. Ele fica perto do Porto-Seco de Anápolis,o quilômetro zero da Ferrovia Norte-Sul. Apenas nas indústrias farmacêuticas do Daia trabalham hoje mais de 6.000 pessoas, em mais de 20 empresas. Além disso, na cidade de Anápolis, fora do distrito, mais seis indústrias farmacêuticas têm suas instalações, o que faz com que o município concentre grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás.

A região já é considerada a segunda maior produtora de medicamentos genéricos do País, até porque se especializou na fabricação de fármacos desse tipo. Um dos destaques do local é o Laboratório Teuto, o qual mantém ali o maior complexo farmacêutico da América Latina, com 105 mil m² de área construída.

"De uns 15 anos para cá as transportadoras de fármacos têm- se estabelecido em massa em Goiás. A indústria do setor cresce de forma impressionante naquela região. Em se tratando de remédios similares e genéricos, a expansão é realmente forte por ali", confirma Aguilar, da Abafarma. A base que a Ativa pretende estabelecer no DF também poderá atender ao polo de Anápolis.

Terminal São Paulo

Por enquanto, no entanto, a maior operação da companhia fica mesmo no sudeste. Tanto que em 2012 a Ativa pretende levar adiante uma grande modernização de seu terminal em São Paulo, que é responsável por receber e reembarcar cerca de 5 milhões de quilos por mês de produtos. A ideia é, em especial, adequar a frota que opera ali às restrições ao trânsito de caminhões que vigoram na capital paulista.

No ano passado a empresa faturou R$ 105 milhões (crescimento de 12% sobre 2010). Para este ano a Ativa espera emplacar uma receita de R$ 124 milhões (uma expansão de 18%). Quando abrir as três novas unidades, a companhia será dona de uma rede de 26 filiais espalhadas pelo País, dedicadas prioritariamente ao transporte de fármacos.

Surgida em 1996, a Ativa conta com mais de 400 clientes, os quais são atendidos por seus mais de 500 veículos em operação - 45% deles próprios. A malha da corporação chega aos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e, em breve, Goiás e Brasília. Para servir ao restante do País, a Ativa se vale dos serviços de operadores logísticos parceiros. Além de remédios, a empresa também transporta cosméticos e outros itens, como têxteis.

Roubo de cargas

Tosim conta que os custos referentes à atividade decorrem das falhas da infraestrutura do País - e da falta de segurança. "As estradas na Região Sudeste ainda estão muito aquém do que seria necessário para o escoamento de toda a produção local", afirma ele. "Além disto, o setor nacional de transporte de bens já sente falta de mão de obra, pois esta vem migrando para outras atividades, em especial a construção civil. E há os investimentos que temos de fazer em gerenciamento de risco contra os roubos de cargas, que já se tornaram uma constante nos ultimos anos."

A empresa surfa na venda maior de itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o segmento deve expandir-se 5% ao ano até 2015, quando deve chegar a R$ 50 bilhões de faturamento, ante os R$ 27,3 bilhões de 2010. "Acredito que, em função das proximidades de Copa do Mundo e Olimpíadas, os investimentos continuarão e o transporte de cargas permanecerá aquecido nos próximos anos", finaliza Tosim.


Veículo: DCI


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