Comércio varejista ainda precisa de loja física; saiba por quê

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O futuro do varejo é digital, certo? A julgar pelos números, não é bem assim. Um estudo inédito da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), realizado em parceria a com a Ebit/Nielsen, concluiu que empresas tradicionais do varejo, como Magazine Luiza, Casas Bahia e Walmart, vendem mais na internet do que as que nasceram como e-commerces, como Submarino, Netshoes e Privalia.

 

“Esse resultado comprova que o varejo tradicional, com lojas físicas, é complementar às estratégias de vendas digitais e não concorrente”, afirma o economista Marco Castro de Sá, especialista em varejo e marketing digital na Fundação Getulio Vargas.

 

Pelas contas do estudo, as lojas tradicionais que entraram no e-commerce posteriormente detêm 51% das vendas totais, com faturamento de R$ 27 bilhões em 2018, 12% acima do ano anterior. “A força das marcas das varejistas tradicionais é um ponto a favor delas em relação às que são apenas digitais”, diz o economista.

 

O mesmo estudo da Abcomm constatou que o número de brasileiros que fizeram compras online subiu 6,4% no primeiro trimestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

 

Os pacotes transportados aumentaram 18,8% no intervalo, alcançando 63 milhões de encomendas. O levantamento mostrou que as compras feitas em celulares passaram de 33% para 35%. O tíquete médio por compra ficou quase inalterado, saindo de R$ 269 para R$ 271. No período, os marketplaces – espaço virtual que reúne várias lojas – concentraram 35% das vendas.

 

Em 2019, o comércio eletrônico brasileiro deve atingir 265 milhões de pedidos e um montante de R$ 79,9 bilhões. Espera-se um ticket médio de R$ 301, além de um total de 87 mil lojas virtuais. Mas como acompanhar esse crescimento exponencial e diferenciar-se dos concorrentes?

 

Aumentar a taxa de conversão e atingir um fluxo de caixa sustentável exigem controle sobre o próprio negócio e algumas práticas relacionadas às metas e métricas de cada esfera (atendimento ao cliente e vendas, por exemplo), performance da loja virtual e estratégias de marketing. Além de traçar o perfil do varejo físico e digital no país, os números da Abcomm projetam boas perspectivas para o setor neste ano.

 

De acordo com a entidade, o comércio eletrônico deve atingir um volume de vendas de R$ 79,9 bilhões em 2019. Caso essa projeção se cumpra, o montante vai representar um crescimento de 16% quando comparado com o resultado atingido em 2018 pelas lojas virtuais do país, e o melhor desempenho anual desde 2015. Segundo a ABComm, as micro e pequenas empresas devem aumentar sua participação no faturamento, atingindo 29%.

 

Perfil 

 

A participação dos marketplaces no faturamento do setor também deve registrar crescimento em 2019. Segundo a entidade, a fatia deve passar dos atuais 31% verificados em 2018 para 35% ao fim deste ano. A experiência do consumidor nos dispositivos móveis deve continuar sendo alvo de atenção das lojas virtuais neste ano. Segundo a associação, é esperado que 33% das vendas efetuadas pelos consumidores venham a partir de smartphones e tablets. A participação móvel nas compras online, porém, permanecerá no mesmo patamar observado em 2018, segundo dados da entidade.

 

De acordo com Mauricio Salvador, presidente da ABComm, uma série de fatores contribuem para a projeção de crescimento expressivo para o ano. Para ele, o otimismo observado pelos empresários do setor com os rumos da economia, somado à elevação da confiança do consumidor, são algumas das razões. “Percebemos uma retomada expressiva das vendas online já no último trimestre do ano passado, especialmente durante a Black Friday e nas vendas de Natal”, afirma Salvador. “Livre dos eventos observados em 2018, vemos com bons olhos o desempenho para este ano”, complementa.

 

Fonte: Estado de Minas


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