Cresce a demanda de cliente sênior em sites

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A internet tem sido cada vez mais usada entre os brasileiros acima de 60 anos, seja em redes sociais como Facebook e Instagram, ou sites de compras. Hoje, 20% dos usuários do comércio eletrônico (e-commerce) no País já são consumidores sêniores, por conta de novas tecnologias que permitem uma navegação mais direta e simplificada. Até 2047, a previsão é que existam 2 bilhões de consumidores na terceira idade no mundo, indica levantamento da consultoria A.T. Kearney e do The Consumer Goods Forum (CGF), baseado em análises de tendências demográficas e entrevistas com 3 mil consumidores de 60 anos ou mais de sete países.

Conforme o sócio da A.T. Kearney e líder da prática de bens de consumo e varejo no Brasil, Esteban Bowles, o País vive uma situação única. Entre os participantes da pesquisa, é o maior crescimento percentual da participação da população com mais de 60 anos de idade na geração de renda da sociedade até 2020. "Isso gera uma janela de oportunidade para as empresas", comentou ele.

Para atender esse perfil, a indústria de bens de consumo e o comércio varejista têm de se preparar, destacou o professor da instituição de ensino Newton Paiva e especialista em e-commerce, Leandro Diniz Silva. "São pessoas que têm mais tempo e renda disponível. O somatório disso é extremamente favorável". Para ele, o fato de o e-commerce estar totalmente inserido nas redes sociais, assim como o grupo da 3ª idade, cria para as empresas uma demanda que até cinco anos não era real e é preciso atenção.

O site Men's Market, especializado em produtos para o público masculino, diz buscar maneiras de fidelizar seus clientes acima de 50 anos. De acordo com o sócio-fundador Leandro Grespan, é preciso entender as necessidades desses e-consumidores, além de quebrar o preconceito. Desta maneira, ele garante que a empresa - do ramo exclusivo de venda de produtos de beleza e cuidados pessoais pela internet -, reforçou o atendimento telefônico e por e-mail também para os clientes de idade mais avançada, além de fazer questão de divulgar que a entrega dos produtos geralmente envolve cerca de dois dias no endereço indicado. "Vimos uma grande presença de pessoas desse nicho de mercado, de pessoas que sabem e que querem comprar, até mais do que no varejo convencional. Eles representam até 40% dos clientes. São pessoas que buscam produtos para barba e tintura para cabelos grisalhos".

Com tíquete médio de R$ 120, o site está há quase dois anos no mercado e prevê faturar este ano cerca de R$ 7 milhões. O sócio do site diz ainda que uma das datas que tem recebido atenção na negociação com os fornecedores e parceiros é o Dia dos Pais, comemorado no segundo domingo de agosto. "Estamos desenvolvendo ações especificas com a ajuda das marcas, com categorias de produtos com edição limitada e também com ações promocionais", relatou Grespan.

Praticidade e conforto

A cena de uma típica senhora aposentada, ávida por comprar preferencialmente de arranjos com muitas flores ou vasos plantados pela internet já não é tão incomum. No site Giuliana Flores, a venda de flores e presentes on-line para o público da terceira idade já representa 15% dos negócios este ano. Houve um pequeno avanço, já que em 2013 o perfil envolvia 13% dos e-consumidores.

A preferência é por orquídeas plantadas e rosas (geralmente vermelhas) em arranjos mais clássicos, aponta o diretor de marketing da empresa, Juliano Souza. Segundo ele, o tíquete médio desse público é de R$ 120 em média, e a empresa geralmente aposta em investimentos que permitam a utilização mais ágil.

"Estamos sempre pensando em como deixar a compra mais rápida, simples e intuitiva para esse público e os demais que compram na Giuliana Flores. Investimos sempre no aprimoramento de nossas atendentes de televendas, pois esse é um canal muito utilizado não só pela 3ª idade como também por pessoas que não sentem-se tão seguras em comprar pela internet".

Questionado sobre a previsão de crescimento dos usuários sêniores nos próximos cinco anos, o executivo comentou que baseado no crescimento atual, a companhia espera que este público represente 22% nos atendimentos, até meados de 2019.

Ao DCI, o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Maurício Salvador lembrou que a interface tecnológica está mais fácil para o público sênior utilizar o e-commerce e a penetração dessa faixa etária no ramo tem sido de cinco anos para cá. "Coincide com o surgimento de tablets e smartphones, além dos sistemas operacionais. Hoje, 20% dos consumidores da internet têm mais de 50 anos. A cada 10 milhões de novos compradores ao ano, 2 milhões geralmente são dessa faixa".



Veículo: DCI


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