CEO da Tesco deixa o cargo e ex-Unilever é contratado

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A rede britânica de supermercados Tesco cedeu ontem às pressões dos investidores e demitiu seu executivo-chefe Philip Clarke, substituindo-o pelo primeiro executivo de fora da companhia em seus 95 anos de história. Ao mesmo tempo, a Tesco emitiu um novo alerta de lucro abaixo das expectativas.

Dave Lewis, um executivo da Unilever, assumirá a função a partir de outubro, encarregado de revigorar o maior grupo varejista do Reino Unido. A Tesco é vista como uma empresa que perdeu contato com seus clientes, num cenário de competição intensa no setor e com o afastamento dos consumidores de suas grandes lojas para as compras em pequenos supermercados de conveniência.

Clarke perdeu o seu posto um dia antes de uma festa que seria oferecida pelo presidente do conselho de administração da Tesco, Sir Richard Broadbent, para celebrar os 40 anos do executivo na companhia. Nos três anos que comandou a companhia, Clarke gastou mais de 1 bilhão de libras em um plano de recuperação da rede que não deu certo e, segundo críticos, não foi agressivo o suficiente nos cortes de preços em suas lojas.

As ações da Tesco subiram mais de 3% no início dos negócios em Londres, ontem, mas recuaram um pouco para fechar com uma valorização no papel de 1,3%. As ações das varejistas concorrentes J. Sainsbury e Wm Morrison caíram 2% e 2,4%, respectivamente.

Sir Richard, que há três semanas defendeu Clarke, disse que o funcionário de carreira, que começou repondo produtos em prateleiras aos 14 anos, realizou "conquistas enormes". Mas acrescentou que "o conselho chegou à conclusão de que era hora de passar para algo novo", disse. "Trata-se do futuro".

Num sinal dos desafios que enfrenta, a Tesco informou ontem que as vendas e o lucro comercial no primeiro semestre do ano ficaram "um pouco abaixo das expectativas". A mudança no comando enfatiza as dificuldades que os grandes grupos varejistas estão enfrentando, pressionados pelas companhias de descontos alemãs Aldi e Lidl, assim como pelo número maior de supermercados mais sofisticados e a pela maior venda de produtos pela internet.

Também mostra como a Tesco perdeu o entusiasmo desde o 13º ano do antecessor de Clarke, Sir Terry Leahy, quando a Tesco era uma das companhias mais bem sucedidas do Reino Unido, até então. Sir Richard disse que o novo contratado terá liberdade para estabelecer o rumo para a maior empregadora do setor privado no Reino Unido, em número de funcionários.

Lewis passou 28 anos na anglo-holandesa Unilever antes de se tornar diretor da divisão de produtos de cuidados pessoais em 2011. Uma de suas primeiras tarefas será reconstruir a cúpula da Tesco, após uma série de perdas recentes de executivos de alto nível. Na semana passada, Alan Stewart, diretor de finanças da varejista Marks and Spencer, foi nomeado para o mesmo cargo na Tesco.

Clarke continuará no comando até outubro. Depois, vai ajudar Lewis até janeiro. Ele receberá um pacote de compensação de pouco menos de 4 milhões de libras, incluindo ações de planos de incentivos de longo prazo. Lewis terá um salário de 1,25 milhão de libras ao ano, além de 525 mil libras que serão oferecidos no lugar do bônus que ele receberia da Unilever neste ano.

No mês passado, Clarke descreveu os resultados dos negócios da Tesco no primeiro trimestre do ano como o pior desempenho que ele viu em suas quatro décadas de carreira. (Tradução de Mario Zamariam)



Veículo: Valor Econômico


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