Casino se reestrutura na AL e reforça caixa

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                                  Grupo vende ações do Pão de Açúcar e de rede argentina para filial colombiana em operação que rende US$ 1,8 bi



O grupo francês Casino, dono do brasileiro GPA (Grupo Pão de Açúcar), decidiu reestruturar suas operações na América Latina e criou uma gigante varejista para atuar no Brasil, na Colômbia, na Argentina e no Uruguai.

A operação, que consiste na venda de metade das ações do Grupo Pão de Açúcar e de 100% da subsidiária argentina Libertad para a filial colombiana Éxito, vai permitir reforçar o caixa da matriz em US$ 1,8 bilhão. O dinheiro será usado para reduzir a dívida do grupo francês.

Com a reestruturação, não houve mudança no controle da varejista brasileira. O Casino passa a deter 41,3% das ações totais (ON e PN) do GPA e 54,8% das ações da Éxito.

O objetivo da reorganização, segundo o Casino, é implementar sinergias entre as unidades latino-americanas e reduzir gastos do grupo. Em três anos, a estimativa é de ganho de US$ 159 milhões, sendo US$ 98 milhões no Brasil.

A varejista latina terá vendas da ordem de US$ 34 bilhões. São 2.500 lojas, com 280 milhões de consumidores, se somadas as varejistas do grupo francês nos quatro países: GPA (Brasil), Éxito (Colômbia), Libertad (Argentina) e Disco (Uruguai).

O presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, descartou, ao anunciar os resultados do grupo na França, que a venda de metade das ações no GPA para a Éxito tenha relação com a piora do desempenho da varejista brasileira em um período de recessão da economia. No segundo trimestre, o GPA teve queda de 44% no lucro na divisão de supermercados, hipermercados e atacado ante o mesmo período do ano passado.

Parte dos analistas acredita que os franceses optaram pela mudança envolvendo a Éxito por razões fiscais e consideraram a operação engenhosa.

O Casino retirou recursos do caixa da Éxito, uma empresa com endividamento zero e geradora de caixa, sem que a filial colombiana tivesse que pagar dividendos, o que limitaria o valor a ser distribuído e teria de ser dividido com os acionistas minoritários. "O grupo fez um planejamento fiscal cauteloso e considerou a melhor forma de transferir recursos da América Latina para a França", diz José Roberto Securato Junior, vice-presidente do Ibevar, instituto que reúne executivos de varejo.

O GPA informou que a sinergia no grupo permitirá a troca de experiências entre as redes. O atacarejo Assaí, por exemplo, pode ser "exportado" para outros países.As ações preferenciais do GPA subiram 2,9% nesta quinta-feira (30), enquanto o Ibovespa recuou 0,69%.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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