Vendas do Carrefour no Brasil sobem 13,7%

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O desempenho da varejista francesa Carrefour no Brasil e na Argentina impediu uma queda na receita total do grupo durante o terceiro trimestre. Prévia operacional publicada ontem pela companhia mostra vendas praticamente estáveis no período, com uma leve variação negativa de 0,1%, ante os mesmos meses de 2013, somando € 21,08 bilhões.

O efeito cambial mais uma vez mitigou o crescimento da empresa, mas a queda dos preços da gasolina que o grupo comercializa em alguns países também pesou consideravelmente. Desconsiderando esses dois fatores, a receita global da varejista comandada por Georges Plassat teria avançado 2,8%.

Mesmo com esses efeitos, as operações internacionais do Carrefour registraram aumento de 0,8% nas vendas, para € 11,04 bilhões. Sem considerar esses impactos, a expansão foi de 5%. Brasil e Argentina foram os principais responsáveis pela melhora, com a América Latina sendo a única região em que a rede atua que demonstrou alta.

A receita da francesa no mercado latino-americano subiu 6,9%, para € 3,97 bilhões. As vendas sob o quesito "mesmas lojas" (unidades em funcionamento há pelo menos um ano) avançaram 13,7%, com o Brasil crescendo 7,7% e a Argentina, 30,5%.

O crescimento orgânico, que exclui as variações cambiais e considera todas as lojas em operação, foi ainda mais expressivo: 18,5% na América Latina no terceiro trimestre - 12,8% no Brasil.

Apresentação divulgada em paralelo à prévia de desempenho atribuiu a expansão na operação brasileira a melhoras nos hipermercados e na rede Atacadão, de "atacarejo", que vende a pequenos e médios varejistas e também ao consumidor final.

Enquanto isso, na Ásia, a receita do grupo caiu 3,6%, para € 1,76 bilhão. Nos países europeus fora a França houve queda de 1,8%, para € 5,31 bilhões. No mercado doméstico, o Carrefour também sofreu. As vendas no mercado francês somaram € 10,04 bilhões, recuo de 1,1%. Tanto supermercados quanto hipermercados tiveram redução nas vendas. Já lojas de conveniência e outros formatos mostraram crescimento de 4%.

Os modelos menores de loja são foco da companhia também no Brasil. Neste segundo semestre, a varejista anunciou duas novas bandeiras no país que seguem esse formato: a Carrefour Express, de minimercados, e a Supeco, de "atacarejo".


Crescimento no exterior, web e conveniência em casa


Onde está o crescimento no varejo alimentar? Para o Carrefour, no Brasil, ele está em todos os lugares. Apesar das notícias econômicas não muito animadoras vindas da região, as vendas do grupo na América Latina cresceram 18% no terceiro trimestre. Na França, permaneceram estagnadas, enquanto na Ásia e na Europa, caíram.

O Carrefour completou dois anos de adoção da estratégia de "volta ao básico", apertando as operações em casa e saindo de mercados emergentes menos lucrativos. Outros varejistas globais usam a mesma tática. O Carrefour, o grupo americano Walmart e o britânico Tesco construíram um número menor de hipermercados e estão reformando os existentes. Mas as vendas "mesmas lojas" [que considera as unidades abertas há pelo menos um ano] estão caindo mesmo assim nos grandes pontos.

Já as lojas de conveniência locais estão sendo um sucesso. As vendas desse modelo, tanto do Walmart quanto do Carrefour, cresceram 5% no terceiro trimestre. As compras feitas pela internet também avançam e as empresas investem em logística.

Tanto as lojas on-line como as de conveniência representam uma defesa para os grandes grupos supermercadistas - se é que não os canibalizam. Mas o crescimento nos mercados dos Estados Unidos e Europa está pequeno.

Então, por que não olhar para os mercados emergentes? As mal-sucedidas incursões anteriores deixaram os varejistas com medo. É difícil entrar nessas economias, a competição local pode ser acirrada e a volatilidade do câmbio pode devorar os lucros. As margens são menores do que em casa.

Nenhum desses riscos deve desaparecer e isso dever ser computado nas avaliações das operações nos emergentes. Mas recuar para os mercados domésticos é, na verdade, desistir de elevar as receitas.

É uma abordagem legítima: ir atrás de dinheiro, operando nos mercados desenvolvidos, talvez com alto retorno, mas sem crescer. Os que buscam crescimento, porém, têm de olhar para o exterior, mas ser pacientes.




Veículo: Valor Econômico


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