GPA e Carrefour crescem acima do setor

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As duas maiores cadeias varejistas do país, Grupo Pão de Açúcar e Carrefour, crescem neste ano de forma mais acelerada do que o mercado na área alimentar. A velocidade de expansão atinge quase o dobro do segmento - sinal de que podem estar tirando a venda de outras varejistas ou de segmentos concorrentes no país.

Os números ainda levam a outra conclusão: há uma diferença de ritmo de expansão nas vendas entre as duas empresas, a depender da base de lojas analisada, segundo levantamento feito pelo Valor.

Nos últimos quatro trimestres, o GPA se expandiu mais rápido do que o Carrefour - incluindo nessa conta o Atacadão - ao se somar todas as lojas, recém-inauguradas e as mais antigas. Desde o terceiro trimestre de 2013, a taxa de expansão total é maior na rede controlada pelo Casino.

Pode existir um efeito da base de comparação nesses números. O Carrefour registrou índices de expansão em vendas brutas maiores que o concorrente entre fim de 2013 e início de 2012, o que pode explicar a desaceleração na taxa.

Se as vendas brutas de todas as lojas do GPA se aceleram, o Carrefour, por sua vez, tem apurado maior ritmo de expansão para os pontos em operação há mais de um ano (vendas "mesmas lojas").

Em três dos últimos quatro trimestres, o Carrefour apurou índice de crescimento maior do que o GPA para esse critério.

Para analistas do setor, esse cenário pode ser consequência do atual posicionamento estratégico das redes. O ritmo de expansão maior do GPA reflete, em parte, o plano de crescimento orgânico do grupo. Quem abre mais unidades tende a ter uma expansão maior nas vendas brutas totais porque os pontos inaugurados "puxam" o resultado geral para cima. "O [Grupo] Pão de Açúcar tem sido mais pró-ativo na busca de novos modelos de venda ao cliente, como as lojas de vizinhança, e isso se reflete nos números", disse Mauricio Morgado, sócio da Morgado & Vitelli Consultoria.

Na área alimentar, o grupo criou novas bandeiras (Minimercado Extra e Minuto Pão de Açúcar) e definiu o Assaí como um dos principais focos de investimento. O GPA abriu 87 lojas (supermercados, hipermercados e atacado) em 2013. Já o Carrefour não inaugura nenhum hipermercado no país desde 2010, mas abriu alguns pontos do Atacadão. A cadeia de atacado passou de 98 para 102 unidades no país entre janeiro e junho.

O Carrefour já informou que voltará a abrir hipermercados no país. Prevê de três a oito pontos novos, entre supermercados e hipermercados, e de oito a 12 unidades do Atacadão até meados de 2015.

Abrir lojas obviamente amplia a receita, mas varejistas com volume maior de novas unidades em sua base tendem a sentir maior pressão em despesas operacionais e na margem bruta. Isso porque pontos recém-abertos podem reforçar promoções para ganhar mercado na nova área de atuação. Uma das formas de reduzir essa pressão é buscar ganhos de sinergia e de eficiência para que a expansão orgânica não comprometa resultados.

"Temos que lembrar que loja nova pode aumentar a venda, mas é um investimento que leva alguns anos para ser pago", diz Morgado. O GPA publica seus níveis de rentabilidade, mas o Carrefour não, o que impede comparações.

Para se comparar os números entre as empresas, foram usadas as mesmas bases para análise. São vendas brutas, incluindo resultados de postos de combustível.

Ainda de acordo com números das companhias, as redes cresceram mais do que o setor neste ano.

De janeiro a março, enquanto o GPA se expandiu 9,1% em vendas brutas na área alimentar e o Carrefour, 8,3%, o setor cresceu 5,18%, segundo a Abras, associação setorial. De acordo com o IBGE, a expansão do segmento até março foi de 8%. Resultados com o braço de atacado das empresas (Assaí, do GPA, e Atacadão, do Carrefour) explicam, em parte, essas taxas altas. De abril a junho, o GPA Alimentar apurou alta de 14% na receita e o Carrefour, 10% em relação ao ano anterior, como divulgado ontem pela empresa.




Veículo: Valor Econômico


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