O futuro da cadeia bovina, após um ano do acordo de cooperação entre Abiec e MP

Leia em 4min 40s

Ações realizadas e o que está por vir para a cadeia bovina foram destaque em evento da Abiec.

 

  

Camardelli, presidente da Abiec: O Brasil tem como equilibrar o aumento de produção com os desafios da preservação ambiental

 

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) realizou, no dia 06 de agosto, em São Paulo, evento para apresentar os trabalhos desenvolvidos a partir do Acordo de Cooperação Técnica com o Ministério Público Federal, firmado há um ano. Iniciativa que tem como objetivo desenvolver uma pecuária sustentável em diversas frentes, principalmente para evitar que a indústria brasileira e o varejo (principalmente supermercados) comprem carne bovina procedente de áreas desmatadas na Amazônia ou onde tenham sido constadas irregularidades ambientais e sociais. O vice-presidente Márcio Milan representou a Abras no evento.

 

A plateia de mais de 150 pessoas (formada por representantes dos frigoríficos, da indústria e do setor supermercadista) teve conhecimento em primeira mão das ações que visam principalmente dar parâmetros à indústria e indicar o caminho para a melhoria do controle da cadeia da carne bovina, que em 2014 movimentou R$ 380 bilhões, conforme estimativa da Agroconsult. Segundo o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, o Brasil está bem posicionado para atender o crescimento da demanda mundial por carne vermelha. Há como equilibrar o aumento da produção com os desafios da preservação ambiental e das mudanças climáticas

 

Ações

 

Conforme o acordo com Ministério Público Federal para a busca deste equilíbrio foram estabelecidas 10 áreas de cooperação (veja quadro). Entre as ações já desenvolvidas, como apresentado pelo diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, foi estabelecido um Acordo de Cooperação com Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizada a divulgação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para Associados da Abiec e fornecedores, foi dado suporte a produtores, divulgada a lei do Código Florestal, dado apoio à divulgação do CAR na mídia, foi criado um portale feito diagnóstico da regularização do setor com o Rally da Pecuária. Este é o principal levantamento privado de dados de produtividade feito pela consultoria Agroconsult em todo o País.

 

Neste ano, o Rally ouviu 693 produtores sobre assuntos relacionados à regularização e adaptação ao código florestal. “Mais de 80% dos entrevistados informaram que estão em fase de regularização ou já regularizaram a situação em relação ao Car”, informou o coordenador de pecuária da Agroconsult e responsável pelo Rally, Maurício Palma Nogueira, que acrescentou também que os respondentes da pesquisa alcançam o dobro da produtividade da média no Brasil.

 

Apesar dos dados positivos apresentados, os participantes do encontro ressaltaram que há muitos desafios, principalmente em levar informação, principalmente aos pequenos produtores para que possam se enquadrar de forma regularizada mas também possam gerir seus negócios e crescer de forma sustentável.

 

No encerramento do evento realizado pelo Procurador do Ministério Público Federal, Daniel Avelino Azeredo, apesar de enaltecer as ações e os dados apresentados, destacando o empenho para atingir o resultado, ele lançou desafios à cadeia. O primeiro deles o de voltar-se para a parcela de fornecedores indiretos e engajá-los e o segundo foi também um chamamento para a responsabilidade do setor de varejo para que também tenha um sistema de monitoramento de bons fornecedores, não comprando daqueles que não se enquadram nas boas práticas.

 

Para concluir, o presidente Camardelli também enfatizou o desafio de colocar para dentro da regulamentação os que estão fora e de controlar os que já estão dentro. E também enfatizou que muitas vezes o varejo muda a rota comprando de quem não está apto a vender. No entanto, ele afirmou que o ano não é de comemoração, mas sim do início do trabalho para um futuro sustentável na cadeia.

 

Áreas de Cooperação estabelecidas no Acordo Abiec-MPF

 

a) Auxiliar na criação de mecanismos para a divulgação e implementação do Cadastramento Ambiental Rural;

b) Criar e implantar um Programa Setorial de Monitoramento e Melhoria Contínua;

c) Estabelecer diálogo com outro selos da cadeia e organizações da sociedade civil para ações emprol do desenvolvimento sustentável da atividade pecuária no país;

d) Fomentar a elaboração de um Estudo Diagnóstico da Pecuária sobre o Território afim de esclarecer questões relativas à presença da Indústria na Amazônia e à influencia desta na dinâmica de uso da terra;

e) Promover estudos e desenvolver programas e ferramentas que auxiliem no combate ao abate não fiscalizado;

f) Fomentar o desenvolvimento e a poiar a implantação de sistemas de rastreabilida de no país;

g) Organizar e fomentar a atividade de Grupos de Trabalho juntamente aos órgãos públicos responsáveis pela produção das informações necessárias para o controle de compra de matéria-prima e cumprimento dos compromissos socioambientais assumidos pelas empresas associadas;

h) Promover as Boas Práticas de relacionamento entre as empresas e as comunidades locais, em especial os povos indígenas, através de iniciativas multissetoriais;

i) Trabalhar pela consolidação e ampliação do Programa Municípios Verdes Internacionalmente reconhecido pela implementação de benefícios aos produtores rurais e empresários.

j) Criação de centros de atendimento e informação a produtores rurais para regularização sócioambiental em regiões de risco, gestão, crédito, pagamentos por serviços ambientais e outros serviços.

  

Fonte: Redação/Portal ABRAS


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