Sustentar discute economia verde

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Fórum vai reunir, na Capital, cerca de 240 palestrantes nos dias 29 e 30 de agosto.

Com o objetivo de promover um amplo diálogo sobre importantes questões socioambientais do planeta, o Sustentar 2013 - 6º Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável - vai reunir cerca de 240 palestrantes no Minascentro, em Belo Horizonte, nos dias 29 e 30 de agosto. Para participar, basta entrar no site www.sustentar.net e se inscrever. O governo de Minas é representado no evento pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

O evento, considerado o maior fórum de sustentabilidade da América Latina, realizará 22 atividades simultâneas. Entre elas estão exposições, palestras sobre responsabilidade socioambiental, economia verde, biodiversidade, gestão das águas, eficiência energética, mudanças climáticas, atrações culturais, olimpíada de sustentabilidade, feira de produtos e serviços, cursos, seminários e workshops. A estimativa é de que 8 mil inscritos passem por lá. Confirmaram presença representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), do governo, iniciativa privada, setores empresarial e industrial, pesquisadores, ONGs, acadêmicos, estudantes e civis.


Temática - Este ano, o Instituto Sustentar, responsável pela concepção e organização do fórum, elegeu o tema "Projeto de Construção de Nação Sustentável" para nortear as discussões. A coordenadora institucional do Sustentar, Jussara Utsch, enfatiza que o projeto vai colaborar na construção de uma sociedade mais articulada, responsável e protagonista na confecção de um futuro desejado e coerente com as grandes mudanças no cenário mundial. "Facilitar a organização da sociedade e fornecer estímulos com base em modelos que promovam a sustentabilidade é a nossa meta. Outro objetivo é conectar, convidar e inspirar pessoas, governos e mercados para dar concretude a um futuro sustentável e fazer a diferença na vida diária de cada cidadão", reforça.

Entre os conferencistas internacionais que participarão de fóruns no Minascentro está o americano e ex-consultor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), William H. Dent. O especialista em finanças organizou o programa de Pequenas Empresas que criou o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e mantém contato profissional no Brasil há mais de 25 anos. O economista indiano e embaixador da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Pavan Sukhdev, também foi convidado.

A professora da Universidade de Cincinnati e presidente da Associação Nacional de Comunicação dos EUA, Juddith S. Trent, vai atuar no fórum Comunicação e Responsabilidade Socioambiental com a pauta marketing político e a sustentabilidade. Ela é autora de 28 livros, e responsável pela maior e mais longa pesquisa no mundo sobre eleições presidenciais nos EUA.

Uma das principais especialistas da Europa em responsabilidade social empresarial e em consumo sustentável, Elisabeth Laville, vai participar do Fórum de Responsabilidade Socioambiental. Ela é fundadora e diretora da Utopies, consultoria francesa pioneira em estratégias de sustentabilidade.  também autora de best-sellers. A especialista já recebeu prêmios de reconhecimento do governo francês, como Veuve Clicquot, e a medalha de Melhor Empresária do Ano, em 2008.

Entre os palestrantes nacionais está o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, e o Diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho. Destaque também para Mário Mantovani, Ambientalista e Diretor de Mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, que vai debater sobre o desmatamento da floresta e os prejuízos causados pela devastação.



 A importância dos indicadores

Em pauta no mundo corporativo, a sustentabilidade ainda é um assunto que não está totalmente evoluído e nem difundido entre as empresas e consumidores. Pouco se sabe efetivamente sobre a sua plenitude. Grande parte das corporações ainda acredita que se resume a atividades que visem o cuidado com o meio ambiente. Contudo, a sustentabilidade corporativa envolve muito mais do que essa preocupação, abrangendo todos os esforços necessários para que o resultado final seja a perpetuação do meio ambiente.

Isso envolve quatro conceitos essenciais: ética, governança corporativa, responsabilidade ambiental e pessoas sustentáveis. Sem a ética na condução dos negócios, sem a governança corporativa para propiciar uma formalização das ações e sem pessoas com visão sustentável, certamente, as ações de preservação do meio ambiente ficarão apenas no papel.

O que muito se discute atualmente é a participação das grandes empresas nos efeitos destruidores que o meio ambiente vem sofrendo.

Sob uma visão mais simplista, quanto maior é a indústria, maior é a destruição causada ao meio ambiente, em função de seu processo produtivo, dos recursos naturais utilizados, e porque não, do descaso com as coisas mais simples da natureza.

Contudo, não é o que se vê na prática. As empresas de grande porte têm investido fortemente na preservação do meio ambiente, seja criando fundações com o objetivo de protegê-lo, seja investindo em pesquisa de novos produtos ou embalagens sustentáveis.

Os empresários estão se conscientizando de que ações preventivas têm um custo menor do que ações corretivas. A mudança de sacolas tradicionais por sacolas biodegradáveis, por exemplo, é um marketing favorável para as empresas que fornecem essas sacolas. Imagine se grande quantidade de sacolas fosse jogada à natureza com a logomarca de uma grande rede de lojas. O efeito negativo à imagem dessa rede poderia ser grande, pois aos olhos dos ambientalistas, o plástico é um dos maiores destruidores da natureza.

Algumas empresas vêm divulgando em seus relatórios gerenciais indicadores de custo de utilização do meio ambiente, como por exemplo, recursos hídricos utilizados, desgaste do solo, poluição atmosférica, resíduos entre outros mensurados de acordo com a atividade específica da empresa.

Ainda é um tema inovador, e não há formas definidas e padronizadas de cálculo desse tipo de custo, que é denominado de externalidades nos balanços financeiros. Na prática, o que se nota é que tem havido um aumento no número de pedidos de inclusão dessas externalidades aos contadores das grandes empresas.

Há muito que se fazer em relação à visão que o mercado tem a respeito de indicadores de sustentabilidade.  necessário mudar crenças e fazer com que os investidores valorizem esses indicadores e os utilizem em suas decisões estratégicas. Dessa forma, as ações sustentáveis seriam integradas às rotinas corporativas e se tornariam mais efetivas.

Por fim, é importante que as empresas tenham consciência social também. "Salvar o mundo" não quer dizer apenas que o meio ambiente precisa ser salvo. Um mundo melhor inclui pessoas preparadas, com uma base educacional adequada, o que vai beneficiar tanto o crescimento sustentável quanto a igualdade no mundo. Sem uma base educacional forte as pessoas não terão noção de como suas atitudes podem ser maléficas ao meio ambiente.



 Fórum vai lançar ranking de produtos

Com o intuito de estimular a produção e o consumo sustentável no mundo corporativo, o Instituto Sustentar apresenta mais uma grande novidade. O 6º Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável vai promover o primeiro Ranking Produtos e Tecnologias Sustentáveis 2013. A finalidade é avaliar o impacto das boas práticas de sustentabilidade no cenário empresarial brasileiro, dando visibilidade aos produtos e serviços da cadeia produtiva.

Para participar, basta fazer a inscrição gratuita no link https://pt.surveymonkey.com/s/DZYVTKB que estará disponível também no portal www.sustentar.net. Com os dados registrados, será produzido um Guia de Boas Práticas de Sustentabilidade, com um catálogo de Produtos e Serviços de todas as empresas inscritas. O objetivo é difundir as técnicas que tenham potencial de replicabilidade. "A iniciativa instigará inovação, economia de recursos naturais, reciclagem, educação do consumidor, entre outros benefícios", relata Jussara Utsch.

O Sustentar 2013 preparou uma programação especial no Parque das Mangabeiras. No dia 30, o Projeto Observação da Vida Silvestre, coordenado pelo ecólogo americano Douglas Trent, vai reunir crianças e jovens para um passeio pelas trilhas do parque. O Projeto Rua de Lazer do Sesc Minas atuará com as Olimpíadas para a Educação da Sustentabilidade, nos dias 29 e 30 de agosto. O projeto consiste em oficinas divertidas, como balões, pula-pula, cama-elástica, jogos de mesa, oficinas de pintura facial e de material reciclável, e contará com a presença de monitores capacitados.


Projeto - A finalidade do Projeto Construção de Nação Sustentável, lançado na última edição do Sustentar, é auxiliar no planejamento estratégico nacional, articulando e integrando propostas com a colaboração de cada setor para a construção de uma nação social, ecológica e economicamente mais viável. Em parceria com o Instituto Orior e Fundação Dom Cabral (FDC), o formato foi idealizado pelo coordenador das atividades de pesquisa do Centro de Referência em Gestão Responsável para a Sustentabilidade da FDC, Raimundo Soares. O movimento é constituído por um Comitê Gestor e cinco Grupos Focais: empresarial, governamental, acadêmico, ONGs e mídia, e vai agrupar estudos, pesquisas e documentos que criem modelos de Nações Sustentáveis para integrá-los à sociedade global.

Como parte integrante do projeto, o Sustentar 2013 também realizará a 2ª Edição do Prêmio Construtor de Nação Sustentável. "Não é um prêmio competitivo, mas uma identificação de agentes transformadores", define Raimundo Soares. O objetivo do prêmio é o reconhecimento dos articuladores que fomentam discussões e disseminam iniciativas exemplares. Podem ser identificados como Construtores de Nação Sustentável órgãos do governo (executivo, legislativo e judiciário), setor empresarial, mídia, setor acadêmico, centros de produção, inovação e tecnologia, ONGs. A escolha seguirá os princípios estruturantes, que devem ser identificados e divididos por categorias como Inventividade, Potencialidade, Educação, Viabilidade e Produtividade.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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