Crescimento semestral deve ser puxado por algumas áreas

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Mesmo após o primeiro semestre surpreender ao crescer 5,4% na comparação com igual período de 2013, percentual maior do que esperado por especialistas, a perspectiva é que o varejo nacional tenha o mesmo patamar de evolução do ano passado, ao crescer até 4,4% no acumulado do ano. Contudo, alguns segmentos devem chamar mais a atenção no varejo, como o comércio de drogarias e farmácias e o varejo alimentício e de eletros.

Na opinião do coordenador dos cursos de educação executiva do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Rodrigo Amantea, neste segundo semestre as "coisas devem voltar ao normal". Para ele, o positivismo que o fator Copa do Mundo teve no primeiro semestre, em alguns setores, não será repetido. "O período de eleições não será capaz de mudar a economia, nem afetar o comércio de forma positiva ou negativa. Com isso voltamos a normalidade".

O efeito Copa comentado por ele foi sentido, por exemplo, nas operações administradas pela Via Varejo - Casas Bahia e Pontorio -, que no segundo trimestre viu o lucro líquido dobrar ao atingir R$ 187 milhões no período, incremento de 98%. No semestre, a receita bruta da companhia total somou R$ 12,534 bilhões, com crescimento de 6,5% em relação ao mesmo período de 2013. Segundo a empresa, as vendas pós-Copa "também estão em ritmo acelerado".

Os supermercadistas também têm tido muito a comemorar. As categorias de bebidas - alcoólicas e não alcoólicas - e de insumos para churrasco chegaram a crescer 300% (as vendas) em dias do jogo da seleção brasileira durante os meses de junho e julho. Mesmo com a perspectiva do bom desempenho nos dois meses mencionados, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) disse que não mudará, neste momento, a projeção de crescimento, como mencionou anteriormente ao DCI, o presidente do conselho consultivo da entidade, Sussumu Honda. "Ainda é cedo para fazer qualquer revisão do nosso crescimento real".

Ontem, contudo, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou lucro líquido surpreendente. O valor consolidado foi de R$ 358 milhões no segundo trimestre de 2014, resultado superior ao lucro de R$ 77 milhões apurado pela companhia no mesmo período do ano anterior.

Outro setor que apresentou bom desempenho no primeiro semestre do ano, e deve manter bons negócios até dezembro, é o de farmácias e drogarias. Levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne os 29 principais players do País, apontou que as empresas tiveram faturamento 13,69% superior na comparação a igual período de 2013. Juntas, elas movimentaram R$ 15,37 bilhões. Mais uma vez o nicho de não medicamentos - dermocosméticos, produtos de higiene e afins -, foi o responsável por 32,69% da comercialização.

Na rede Pague Menos, presidida por Deusmar Queirós, as perspectivas são positivas, tanto que o executivo afirmou que pretende fechar o ano com 740 unidades em operação, sendo que a empresa já tem 700 pontos de venda em funcionamento. "Estamos com 50 lojas em construção no País. Vamos inaugurar ainda esta semana outras cinco unidades: Aracaju [SE], Campo Maior [PI], Imperatriz [MA], Aracaju [CE] e Cascavel [CE]", disse.

Ainda segundo o empresário, o setor "está bem longe de uma crise", e só a Pague Menos crescerá 20% esse ano, índice esse acima do esperado no segmento. "A Abrafarma espera 13%, mas vamos crescer acima disso. Nosso faturamento vai chegar a quase R$ 5 bilhões este ano", enfatizou.

A Pague Menos diz que tem investido cerca de R$ 100 milhões ao ano em seu processo de expansão e, segundo o presidente, as projeções para o segundo semestre e para 2015 são positivas. "Temos um País em que os dissídios empregados estão acima da inflação. A população tem dinheiro e quem trabalha com itens de primeira necessidade vai se dar bem". Ainda na opinião dele, há espaço para diversas operações no mercado. "Onde há um espaço a Pague Menos vai estar. Estamos inaugurando unidades em grandes capitais, no interior do norte e nordeste", concluiu.

Móveis e eletros

Na pesquisa da Boa Vista sobre o desempenho do varejo no primeiro semestre, apontou que o segmento de móveis e eletrodomésticos registrou alta de 4,2%. O setor de supermercados, alimentos e bebidas, no acumulado em 12 meses, teve alta de 2,3%. Em junho, o acréscimo foi de 2,7% em relação ao mesmo mês de 2013. Contudo, há variações no desempenho de outros nichos.




Veículo: DCI


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