Prévia do índice oficial tem deflação e é a menor desde 1998

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A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em -0,18% em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é o mais baixo desde setembro de 1998, quando registrou -0,44%, e o menor para o mês de julho desde 2003. Em junho, o IPCA-15 havia ficado em 0,16%.

 

  No ano, o indicador acumula alta de 1,44%, bem abaixo dos 5,19% referentes ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice caiu para 2,78%, inferior aos 3,52% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores - menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde março de 1999, quando registrou 2,64%. Em julho de 2016, a taxa foi de 0,54%.

 

O resultado dá ainda mais suporte para que o Banco Central não desacelere o ritmo de corte dos juros básicos, em meio ao ambiente de fraca recuperação econômica. A meta de inflação deste ano é de 4,5% pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

 

Atualmente, os juros básicos estão em 10,25% e o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne na próxima semana para definir a nova taxa básica. Segundo a Reuters, a aposta majoritária do mercado é de que deve ser reduzida em 1 ponto percentual, mantendo o ritmo das últimas duas decisões.

 

Alimentação pesa

 

O grupo dos alimentos, que tem participação de 25% nas despesas das famílias, exerceu o mais intenso impacto negativo no IPCA-15 de julho, com queda de 0,14 ponto percentual. Os preços da maioria desses produtos ficaram mais baixos de junho para julho, com destaque para a batata-inglesa (-19,07%), o tomate (-8,48%) e as frutas (-4%).

 

Segundo o IBGE, a queda nos alimentos foi ainda mais forte quando considerados os produtos comprados para consumo em casa, que chegaram a ficar 0,95% mais baratos. Todas as regiões pesquisadas apresentaram queda, com variação de -0,37% em Brasília até -1,61% em Curitiba.

 

Já na alimentação fora de casa, a variação média foi de 0,2%, com as regiões apresentando resultados entre a queda de 0,41%, registrada na região metropolitana do Rio de Janeiro, até a alta de 1,10% em Goiânia.

 

Responsáveis por quase metade das despesas do brasileiro, os grupos alimentação e bebidas e transportes tiveram queda no índice de julho, de -0,55% e -0,64%, respectivamente. No caso dos transportes, que participa com 18% das despesas, a queda foi de 0,11 ponto percentual de junho para julho.

 

A queda no grupo dos transportes foi influenciada pelos preços dos combustíveis, com recuo de 3,16%. O etanol chegou a atingir -4,81%, enquanto o litro da gasolina passou a custar -2,98%. Por outro lado, as passagens aéreas subiram 5,77%.

 

Já o grupo dos artigos de residência também apresentou queda de 0,55%, embora tenha participação menor nas despesas (4%), com impacto de -0,02 p.p. As variações mais elevadas ficaram com despesas pessoais (0,31%) e habitação (0,24%).

 

Por região

 

A região metropolitana de Curitiba foi a única que apresentou resultado positivo (0,01%), em razão do reajuste de 7,09% nas tarifas de energia elétrica (3,38%), vigente desde 24 de junho deste ano. No lado das quedas, o destaque ficou com a região metropolitana de São Paulo (-0,29%), com destaque para a queda nos combustíveis (-4,22%), com a gasolina recuando 3,85%, e o etanol, 5,88%.

 

Metodologia

 

O IPCA-15 é um indicador, calculado pelo IBGE, que mede a inflação entre a segunda metade de um mês e a primeira quinzena do mês de referência. Engloba as famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

 

 

Fonte: G1

 

 

 


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