Analistas revisam projeção do IPCA de 2017

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Estimativa para a inflação oficial passou de 5,14% para 5,12%, conforme o Relatório de Mercado Focus

 
Brasília - Após piora nas projeções de inflação na semana passada, as previsões contidas no Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, voltaram a mostrar um índice menor para o ano que vem. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2017 caiu de 5,14% para 5,12%. Quatro semanas atrás, estava em 5,29%. Para 2016, permaneceu em 7,31%. Um mês antes, estava em 7,21%.
 
No dia 10 de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em julho foi de 0,52%, acima da mediana de 0,45% prevista na pesquisa do Broadcast Projeções com as instituições financeiras. Na pesquisa Focus que se seguiu, houve piora nas estimativas do mercado financeiro.
 
Por sua vez, no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) e na ata da reunião, o BC havia informado que, pelo cenário de referência, que pressupõe a Selic (a taxa básica de juros) inalterada em 14,25% ao ano e um dólar a R$ 3,25, as projeções apontam para uma inflação em torno da meta de 4,5% já em 2017.
 
No cenário de mercado, que utiliza as trajetórias para os juros e o câmbio apuradas na pesquisa Focus, a inflação projetada para 2017 estava em torno de 5,3%, conforme a ata. Para 2016, a ata do Copom indicou que as projeções, tanto no cenário de referência quanto no de mercado, apontavam para uma inflação em torno de 6,75%.
 
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para a inflação deste ano no relatório Focus pioraram, passando de 7,41% para 7,51%. Para 2017, permaneceram em 5,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,20% e 5,29%.
 
Já a inflação suavizada 12 meses a frente voltou a ceder, passando de 5,42% para 5,34% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,63%. As estimativas para os índices mensais mais próximos seguiram resilientes: as de agosto passaram de 0,32% para 0,33% (quatro semanas antes estavam em 0,30%). Para setembro, seguiram em 0,35%, sendo que um mês antes estavam em 0,36%.
 
Preços administrados - O boletim voltou a mostrar mudanças nas projeções para os preços administrados, tanto em 2016 quanto em 2017. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano passou de alta de 6,18% para avanço de 6,10%.
 
No próximo ano, as projeções também melhoraram e a mediana passou de alta de 5,35% para elevação de 5,30%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,38% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,50% para 2017.
 
Selic - O relatório Focus mostrou que, na visão do mercado, para conter a inflação em 2016 a instituição precisará encerrar o ano com uma Selic (a taxa básica de juros da economia) elevada. A mediana do mercado financeiro para a Selic em 2016 permaneceu em 13,75% ao ano - mesmo patamar da semana anterior, quando o mercado havia elevado sua perspectiva para a taxa básica. Há um mês, estava em 13,25%.
 
Para o fim de 2017, o mercado seguiu projetando, pela oitava semana consecutiva, uma Selic a 11,00% ao ano.
 
Já a Selic média de 2016 permaneceu em 14,16% ao ano. Para 2017, passou 11,78% para 11,84%. Há um mês, a mediana das taxas médias projetadas para este e o próximo ano eram de, respectivamente, 14,06% e 11,75%.
 
Retorno aos cortes - As instituições financeiras que fazem parte do Top 5 passaram a prever cortes da Selic (a taxa básica de juros) apenas a partir de 2017. Considerando todas as instituições que contribuem para o Focus, a mediana das estimativas para a Selic no fim de 2016 está em 13,75% ao ano, o que pressupõe um corte de 0,25 ponto porcentual em outubro e outro na mesma intensidade em dezembro.
 
Para 2017, a mediana geral aponta para uma Selic a 11,00% no fim do ano, enquanto o Top 5 projeta uma taxa básica a 11,25%.
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas


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