Após atingir mínima histórica, varejo nacional começa a ensaiar retomada

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Para especialistas, é impossível cravar quando acontecerá a recuperação das vendas. No entanto, a estabilização de indicadores da Fecomercio, ACSP e Boa Vista é considerada um bom presságio


 
 A série de resultados negativos nas vendas no varejo brasileiro pode estar próxima do fim. No mês passado, o índice que analisa o movimento do comércio registrou alta de 0,1% frente a abril, o que pode significar o início de uma curva ascendente do indicador.

 Apesar de ainda não ser possível cravar que a recuperação do setor já começou, especialistas consultados pelo DCI acreditam que, ao menos, os dados mostram uma estabilização que interrompe uma sequência negativa que persistia desde setembro do ano passado, quando houve a última alta mensal nas vendas do comércio brasileiro.

 
De acordo com dados do varejo apurados pela Boa Vista SCPC, o movimento do comércio avançou 0,1% em maio deste ano, na comparação com o mês imediatamente anterior.  
Na avaliação dos últimos 12 meses, também calculada pela Boa Vista, no entanto, o índice atingiu a mínima negativa histórica (-5,1%), o que significa que as vendas do varejo brasileiro estão no mesmo patamar de abril de 2012.

 
A entidade iniciou a avaliação sobre o movimento do comércio em janeiro de 2010."O resultado de maio mostra uma possível estabilidade. As vendas e, em consequência, os índices não caíram ou registraram quedas menores que as verificadas nos meses anteriores. Acreditamos que, lentamente, a interrupção das quedas signifique o início de uma recuperação gradual do setor", comenta o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife.
Entre os segmentos que registram alta em maio, na comparação com abril, estão supermercado, alimentos e bebidas (1,2%); combustíveis e lubrificantes (0,3%); e outros artigos do varejo (2,3%). Todos os indicadores passaram por ajuste sazonal.
 
Para que a recuperação se efetive, entretanto, outros elementos da econômica terão de apresentar melhoras. "Índices de confiança, inflação e taxas de juros têm de acompanhar ou não conseguiremos sair do fundo do poço", diz Calife.
Em São Paulo, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a confiança do consumidor local subiu 7,9% em junho, na comparação com maio, e atingiu 98 pontos - valor mais alto do indicador desde abril de 2015.
 
Para a entidade, o aumento do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) simboliza uma espécie de voto de confiança dos consumidores para a nova equipe econômica, gerida pelo governo interino de Michel Temer. "Além disso, por causa da profundidade e da extensão da crise, e também pelo processo político de mudança ter sido muito conturbado, a Federação acredita que o prazo de validade desse voto de confiança é relativamente curto", afirma, em nota.


 
Estimativas
 
Ontem (28), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulgou uma nova estimativa para o fechamento do ano no varejo nacional. Na projeção da entidade, o comércio brasileiro deve encerrar o ano de 2016 com recuo de 3,3% no volume de vendas, menor, portanto, do que a queda registrada em 2015, que foi de 4,3%.
 
Em linha com a Boa Vista SCPC, a ACSP acredita também que a queda nas vendas atinja seu pico máximo este mês, e que apesar dos números continuarem negativos, o setor deve começar a se recuperar. "São sinais positivos. Sinais de que o pior parece ter passado. Embora ainda negativos, os indicadores apontam para melhora do estado de espírito do consumidor, do empresariado e da indústria. É o passo para o comércio voltar a crescer", indica o presidente da ACSP, Alencar Burti.


 
Veículo: DCI


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